ATA
DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 22-12-2014.
Aos
vinte e dois dias do mês de dezembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se,
no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida
pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Elizandro
Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Professor Garcia e Reginaldo Pujol.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Any
Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Derly, Kevin Krieger, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Paulo Brum, Pedro Ruas, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto
de Resolução nº 038/14 (Processo nº 2741/14), de autoria do vereador João Bosco
Vaz; o Projeto de Lei do Legislativo nº 253/14 (Processo nº 2791/14), de
autoria do vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 029/14 (Processo nº 2483/14), de autoria do vereador Paulinho
Motorista; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 257/14 (Processo nº 2811/14),
de autoria do vereador Professor Garcia. Também, foram apregoados os Ofícios nos 1172 e 1173/14, do Prefeito, encaminhando o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 016/14 e o Projeto de Lei do
Executivo nº 042/14
(Processos nos 2965 e
2964/14, respectivamente). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Reginaldo Pujol, Elizandro Sabino, Pedro Ruas, Fernanda Melchionna,
Clàudio Janta, Engº Comassetto e Jussara Cony. Às dez horas e vinte e dois minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Reginaldo Pujol, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após,
foi aprovado Requerimento verbal formulado pela vereadora Sofia Cavedon,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. A seguir, foi
apregoado o Ofício nº 1148/14, do Prefeito, informando que se ausentará do
Município das sete horas e cinquenta e um minutos do dia vinte e três às oito
horas e cinquenta e nove minutos do dia vinte e sete de dezembro do corrente,
para participar de reunião com Marcio Lacerda, Prefeito de Belo Horizonte – MG
–, a ser realizada naquele Município. Em Discussão Geral e Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 213/14 (Processo nº 2265/14), após
ser discutido pelos vereadores Alberto Kopittke, Sofia Cavedon, Marcelo
Sgarbossa, Any Ortiz, Dr. Thiago, Delegado Cleiton, Tarciso Flecha Negra e
Cassio Trogildo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 213/14,
os vereadores Mauro Pinheiro e Reginaldo Pujol cederam seus tempos de discussão
aos vereadores Alberto Kopittke e Any Ortiz, respectivamente. Após, foram apregoadas a Emenda nº 01 e a
Subemenda nº 01 aposta à Emenda nº 01, de autoria do vereador Cassio Trogildo,
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 213/14, e foram aprovados Requerimentos de
sua autoria, solicitando que essa Emenda e essa Subemenda fossem dispensadas do
envio à apreciação de Comissões Permanentes. Na ocasião, foi apregoado
Requerimento de autoria do vereador Márcio Bins Ely, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde para o vereador João Bosco Vaz, do dia de hoje ao dia vinte
e nove de dezembro do corrente, tendo o Presidente declarado empossado na
vereança o suplente Mario Fraga, informando que Sua Senhoria integrará a
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Ainda,
foi apregoado o Ofício nº 1181/14, do Prefeito, encaminhando Mensagem
Retificativa ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/14 (Processo nº
2665/14). Após, foi apregoada a Emenda
nº 02, de autoria do vereador Mauro Pinheiro, ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 008/14 (Processo nº 2616/14), e foi aprovado Requerimento de sua
autoria, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de
Comissões Permanentes. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do
vereador Mauro Pinheiro, deferido pelo Presidente, solicitando votação em
destaque da Emenda nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/14.
A seguir, foi apregoada a Subemenda nº
02, de autoria do vereador Engº Comassetto, à Emenda nº 01 aposta ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 213/14, e foi aprovado Requerimento de sua autoria,
solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões
Permanentes. Também foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Engº
Comassetto, deferido pelo Presidente, solicitando votação em destaque da Emenda
nº 01 e das Subemendas nos 01 e 02 apostas à Emenda nº 01
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 213/14. Na ocasião, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Mauro Pinheiro, solicitando votação
conjunta da Emenda nº 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 213/14 e das Subemendas nos 01
e 02 apostas à Emenda nº 01. Foram votados destacada e conjuntamente e
aprovadas a Emenda nº 01 e as Subemendas nos 01 e 02 apostas à
Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 213/14, por vinte e nove votos
SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador Clàudio Janta,
tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any Ortiz,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino,
Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim,
João Derly, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Pedro Ruas, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra,
Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não o vereador João Carlos Nedel. Foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 213/14, por trinta e um votos SIM,
após ser encaminhado à votação pelos vereadores Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Jussara Cony, Clàudio Janta, Any
Ortiz, Waldir Canal, Pedro Ruas, Mario Fraga e Paulinho Motorista, em votação
nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado os vereadores Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Derly,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins
Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Pedro Ruas, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/14 (Processo nº
2759/14), após ser discutido pelos vereadores Marcelo Sgarbossa, Airto
Ferronato, Idenir Cecchim, Engº
Comassetto, Márcio
Bins Ely, Valter Nagelstein, Clàudio Janta, Sofia Cavedon, Dr. Thiago, Delegado
Cleiton e Bernardino Vendruscolo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do
Executivo nº 013/14, os vereadores Valter Nagelstein, Lourdes Sprenger e Nereu
D'Avila cederam seus tempos de discussão aos vereadores Airto Ferronato, Idenir
Cecchim e Valter Nagelstein, respectivamente. Na ocasião, foi apregoada a
Emenda nº 02, de autoria do vereador Valter Nagelstein, ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 013/14 e foi aprovado o Requerimento de sua
autoria, solicitando dispensa do envio dessa Emenda à apreciação das Comissões
Permanentes. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
Valter Nagelstein, deferido pelo Presidente, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
013/14. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria da vereadora Sofia
Cavedon, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/14, e foi aprovado
Requerimento de sua autoria, solicitando dispensa do envio dessa Emenda à
apreciação das Comissões Permanentes, por vinte e seis votos SIM, um voto NÃO e
uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelo vereador Valter Nagelstein,
em votação nominal solicitada pelo vereador Clàudio Janta, tendo votado Sim os
vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario
Fraga, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e Waldir Canal, votado Não
o vereador Márcio Bins Ely e optado pela Abstenção o vereador Tarciso Flecha
Negra. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia
Cavedon, deferido pelo Presidente, solicitando votação em destaque da Emenda nº
03 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/14. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 013/14, por dez votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser
encaminhada à votação pelos vereadores Mauro Pinheiro e Clàudio Janta, em
votação nominal solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo votado Sim os
vereadores Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Mauro Pinheiro, Sofia
Cavedon e Tarciso Flecha Negra e votado Não os vereadores Airto Ferronato, Any
Ortiz, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Nereu D'Avila,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota
e Valter Nagelstein. Foi aprovada a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 013/14, por vinte e seis votos SIM e um voto NÃO, em votação
nominal solicitada pelo vereador Clàudio Janta, tendo votado Sim os vereadores
Airto Ferronato, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein e Não a vereadora Fernanda
Melchionna. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/14,
por vinte e três votos SIM e dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação
pelo vereador Clàudio Janta, em votação nominal solicitada pelo vereador
Professor Garcia, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Any Ortiz,
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino,
Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein e Não os vereadores
Clàudio Janta e Dr. Thiago. Durante a Sessão, os vereadores Engº Comassetto,
Pedro Ruas, Alceu Brasinha, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Mario Fraga,
Jussara Cony, Reginaldo Pujol, Clàudio Janta, Delegado Cleiton e Sofia Cavedon
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às treze horas e vinte e quatro minutos,
o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a
Sessão Ordinária de hoje, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos vereadores Professor Garcia, Mauro Pinheiro e Delegado Cleiton e
secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
no último dia de atividades normais deste plenário estamos aqui com a Casa já
merecendo a presença de inúmeras pessoas relacionadas ao primeiro projeto que
iremos enfrentar na manhã de hoje, o projeto das AEIS, que será por nós
discutido e deliberado com certeza na manhã de hoje, não frustrando as pessoas
que aqui se encontram nas nossas galerias nos prestigiando com as suas
presenças. É evidente que é uma Casa onde o consenso sempre é buscado e que,
quando o consenso não é possível de ser alcançado, o dissenso se impõe como a
forma de estabelecer os contrapontos entre as várias posições. Por isso, Ver.
Paulinho Motorista e Ver. Elizandro Sabino, que estão no primeiro mandato e já
com atuação muito eficiente ambos, é preciso que a gente assegure que esse
último dia de debates em que a gente tem que votar mais de 20 projetos, a
maioria dos quais sem discussão alguma, é uma coisa altamente desaconselhável
na vida parlamentar e, lamentavelmente, eu tenho constatado a sua ocorrência
aqui na Casa ano após ano, governo após governo.
Acho que vai chegar um determinado momento em que a
Casa vai ter que assumir o risco de não votar determinadas matérias para
demonstrar claramente a sua indisposição relativamente a assuntos que lhe são
colocados muito tardiamente.
Obviamente que eu não estou me referindo a esse
projeto que vamos votar, que, se mais discutido não foi, não é por culpa dos
interessados, já foi aqui colocado mais de 60 dias atrás, houve uma demora na
tramitação, que os interessados não têm responsabilidade nenhuma com eles, e
nós vamos votar no dia de hoje, não importa se vamos votar com emendas, sem
emendas, de que jeito vamos votar, mas vamos votar. Isso é absolutamente certo
que ocorrerá.
Por isso então eu estou aqui na tribuna, não para
bancar o Rolando Lero, que fica dizendo um monte de coisa desnecessária, mas
para justificar por quê, Ver. Líder, na abertura dos trabalhos, nós ensejamos,
aqui, numa manifestação que poderia até parecer despropositada com relação ao
que deve acontecer e precisa acontecer na Casa no dia de hoje.
Bom seria se já tivéssemos, na pedra, o número
necessário de Vereadores para ingresso na Ordem do Dia, e consequentemente já
começássemos a discutir objetivamente o primeiro projeto que devemos votar.
Isso, com certeza, vamos alcançar dentro em breve, até porque numa situação não
muito comum aqui na Casa já obtivemos o quórum necessário para a abertura dos
trabalhos na primeira chamada, dando ao ensejo de que, nos próximos cinco
minutos, aumente a presença de vários Vereadores, e teremos condições de que,
abrindo a Ordem do Dia e o período destinado às votações, possamos,
imediatamente, começar a discutir, debater e decidir sobre o projeto das AEIS,
que é o interesse direto dessa gama de pessoas que aqui se encontra.
Por isso, Sr. Presidente, de certa forma cumpro com
uma tarefa que as circunstâncias me impõem, vindo à tribuna para fazer esse
esclarecimento, e até para que quem nos ouve em casa entenda que não estou aqui
procrastinando algumas situações indevidamente. Pelo contrário, estou
estimulando que, com o nosso pronunciamento e com algum que eventualmente possa
seguir, esse número que hoje é de 17 Vereadores, possa, dentro de alguns
minutos, quem sabe de alguns segundos, alcançar a 19ª presença e abrir
condições para que V. Exa. determine a chamada para a abertura da Ordem do Dia
e que nós possamos, efetivamente, começar a debater os assuntos que são...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: ...Eu concluo, Sr. Presidente –
eu olhei tanto o painel, vendo o número de presenças, que esqueci de olhar o
que regula o nosso tempo –, dizendo que estou dando essa contribuição na
expectativa de que ela possa ser útil para que, com a maior brevidade possível,
em poucos minutos, quem sabe poucos segundos, nós possamos objetivamente
ingressar na Ordem do Dia e fazer com que a convocação desta Sessão
Extraordinária passe a surtir os seus jurídicos e legais efeitos. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Muito
obrigado, Ver. Reginaldo Pujol, é importante a plateia saber que nós precisamos de 19
Vereadores para poder votar.
O Ver. Elizandro
Sabino está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIZANDRO
SABINO: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; colegas, Srs. Vereadores e as
comunidades que aqui estão presentes na manhã deste dia de segunda-feira; nós,
logo mais, vamos discutir o PLL nº 213/14, de autoria do Ver. Pedro Ruas e da
Ver.ª Fernanda Melchionna, que cria e declara Área Especial de Interesse Social, altera limites de subunidades que lhe são adjacentes e dá outras
providências. Esse projeto já passou pela CCJ, da qual fazemos parte –
juntamente com o Ver. Nereu D’Avila e o Presidente Ver. Reginaldo Pujol
–, pela CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM.
Hoje nós estamos aqui tratando um assunto que é
extremamente importante para os moradores da cidade de Porto Alegre. Eu quero
trazer a minha palavra de saudação à Maria Sirlei, que está aqui com outras
amigas que temos, que são ali da Continental; aqui estão também moradores da
Cruzeirinho, que também vêm trazer a sua manifestação. Hoje, estamos tratando
especialmente de 14 comunidades: Capadócia, Progresso, Império, 7 de Setembro,
20 de Novembro, Dois Irmãos, São Luis, Bela Vista, Nossa Senhora Aparecida,
Marcos Klassmann, Cruzeirinho, Continental, Belém Velho e Morada dos Ventos.
Esta é a Casa do debate, esta é a Casa do povo,
Casa Legislativa, e os Vereadores estão aqui, na última Sessão – esta é uma
Sessão Extraordinária –, para votarem algo que tem impacto e importância na
vida de todos os senhores e senhoras.
Nos últimos quatro anos estive na coordenação
jurídica do DEMHAB, na área da Habitação do Município, e conheço bem a
realidade de muitos dos senhores e das comunidades. De forma que estamos aqui
hoje recebendo cada um dos representantes das famílias e dizendo que, por
certo, o pleito de vocês neste dia vocês irão conquistar. Vocês sairão daqui
hoje com uma vitória.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
ELIZANDRO SABINO: É o que sempre temos dito por onde passamos, no que
diz respeito à questão habitacional: a importância, e o que faz a diferença,
sempre, da organização. As comunidades aqui presentes, Ver.ª Fernanda,
demonstram organização. E isso é muito importante, quando, de forma pacífica,
vocês hoje vieram aqui trazer suas reivindicações. É isso que faz a diferença,
e nesta manhã está fazendo a diferença. Portanto, parabéns pela organização.
Contem conosco! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. PEDRO
RUAS: Ver. Delegado Cleiton, Ver. Villela, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
público que nos dá a honra da sua presença, falo em tempo de Liderança, pela
oposição, em nome do PSOL, da Ver.ª Fernanda Melchionna, em nome do PT, com
muita honra, e do PCdoB, da Ver.ª Jussara Cony, com muito orgulho também.
Uma coincidência, Presidente Cleiton, pois hoje é a
última Sessão de que participo nesses cinco anos de mandato e justamente essa,
talvez, seja uma das mais importantes, porque nós só temos um tema que pode
mudar a realidade de Porto Alegre, do Estado e do Brasil: a dificuldade em
garantir o direito à moradia. O que é mais difícil nisso é que aqui se dá
exatamente um enfrentamento entre a cidadania e o interesse financeiro. Aqui
nós vemos exatamente reproduzida numa realidade muito dura, Presidente Cleiton,
a exclusão, as pessoas que foram, ao longo dos anos, e, às vezes, ao longo de
gerações, excluídas de vários direitos básicos da cidadania, e a moradia é um
dos mais importantes e simbólicos nesse sentido.
Hoje, os jornais noticiam uma tragédia em Viamão:
três crianças cuidadas por uma adolescente, em função de ser uma casinha de
madeira e papelão, morreram queimadas ontem, tentando iluminar a casa com uma
vela. Essa é a tragédia jogada na nossa cara, dia a dia, pela falta do direito
à moradia todos os dias: a exclusão social! E aqui nós tentamos – a Ver.ª
Fernanda Melchionna, com um mérito enorme –, criar uma alternativa,
considerando Áreas Especiais de Interesse Social essas 14 comunidades, que
representam muito mais, representam a luta contra a exclusão no Brasil inteiro,
a tentativa de exercer um direito básico da Constituição Federal, que é o
direito à moradia. Hoje é uma Sessão histórica, porque nós teremos a
oportunidade de ver que a legislação que criou as Áreas Especiais de Interesse
Social pode ser uma prática realizada. Ou não é interesse social a manutenção
dessas 14 comunidades no lugar onde estão? O que é mais interesse social do que
isso? O interesse social que justifica a existência de uma lei dessa natureza
é, justamente, nós garantirmos que essas comunidades, cujos representantes
estão aqui, na Câmara de Vereadores, consigam permanecer nos seus locais de
moradia. Nós vivemos, hoje, repito, uma Sessão histórica, que pode mudar para
sempre o conceito de Áreas Especiais de Interesse Social em Porto Alegre. E, se
mudar em Porto Alegre, influencia o Brasil inteiro, como já ocorreu em inúmeras
oportunidades.
Por isso, eu quero dizer aos senhores e senhoras
que nos visitam no dia hoje que o sofrimento de vocês, a luta de vocês está
proporcionando à Câmara de Vereadores uma oportunidade que, talvez, de outra
maneira não a tivéssemos.
Nós podemos hoje mudar o destino, não apenas dessas
duas comunidades, mas de muitas outras com problemas assemelhados.
Por isso fiquem aqui! Esta Casa é de vocês, e esta
Casa pode decidir, e vai decidir, com a luta de todos nós, que a outra casa, as
outras casas, aquelas onde vocês moram têm que ficar onde estão, porque ali é o
endereço de vocês.
Um abraço a todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Bom dia a todos e a todas, eu queria cumprimentar
os moradores de várias das nossas ocupações na cidade de Porto Alegre e dizer
que nós estamos com grandes expectativas, diante desse processo de luta, de
mobilização, de auto-organização que vocês construíram na nossa Cidade,
constituindo o Fórum de Ocupações Urbanas, para que um problema grave, para que
um dos direitos humanos mais fundamentais, que é o direito à moradia, fosse
pautado.
Para nós, no dia de hoje, está se colocando em
votação o acúmulo de um ciclo – e o Ver. Pedro Ruas falava dessa questão do
direito fundamental à moradia –, e nós queremos resgatar a importância e a
construção coletiva que foi esse projeto; o Fórum nos procurou através do
Juliano Fripp, do Ilton, dos companheiros e companheiras de várias das
ocupações, pedindo para que se fizesse um projeto determinando Área de
Interesse Social, ou seja, gravando no Plano Diretor da Cidade que essas áreas
tem que ser utilizadas para moradia popular. Utilizaram à tribuna na Câmara falando
sobre isso aos Vereadores e Vereadoras, e, naquele momento, Ver. Elizandro
Sabino, que já abriu o seu voto aqui nessa tribuna, 21 Vereadores assinaram
para que o projeto tramitasse; portanto, não é um projeto do Ver. Pedro Ruas e
da Ver.ª Fernanda Melchionna, não é um projeto apenas do Fórum de Ocupações
Urbanas, é um projeto da cidade de Porto Alegre, é um projeto construído com os
arquitetos, com os estudantes, com as Lideranças das ocupações, é um projeto
que resultou num processo de mobilização e num dos melhores projetos de Área de
Interesse Social, de AEIS, que a Câmara já viu, plenamente demarcado com toda a
densidade, com alguma volumetria, com todos os requisitos técnicos que precisa
ter um projeto dessa magnitude para tramitar na Câmara de Vereadores. Esse
projeto determina, então, como Área de Interesse Social a comunidades
Capadócia, Progresso, Império, Sete de Novembro, Vinte de Novembro, Dois
Irmãos, São Luiz, Bela Vista, Nossa Senhora Aparecida, Marcos Klassmann,
Cruzeirinho, Continental, Belém Velho e Morada dos Ventos. Nós queremos dizer
que este projeto é um instrumento importante para que fique gravado aquilo pelo
que as comunidades já estão lutando. As comunidades deram vida a terrenos que,
há três décadas, estavam abandonados; a terrenos que estavam um verdadeiro
matagal e que não tinham nenhuma função social; a terrenos abandonados na nossa
Cidade, muitas vezes servindo – nós sabemos – para especulação imobiliária,
servindo para nada, sendo vazios urbanos no meio da nossa Cidade, que foram
constituídos com vida, com casas, com crianças, com famílias, a partir de um
processo de auto-organização, num País que é a sétima economia do mundo e que
ainda tem 8 milhões de brasileiros que não têm onde morar. Vocês estão fazendo
justiça social, no sentido de reivindicar e garantir que o direito mais
fundamental, o direito à moradia, prescrito na Constituição Federal, seja
garantido, porque, se morar é um privilégio; ocupar é um direito do povo. Este
projeto ajuda as cooperativas a adquirirem as áreas, ajuda a requerer a
desapropriação, ajuda que essas áreas fiquem gravadas como um processo de
habitação. Ele é um passo, mas nós queremos dar um passo completo.
Eu quero agradecer aos Vereadores que já abriram o
voto – Ver. Delegado Cleiton, Ver. Clàudio Janta, Ver. Dr. Thiago, Vereadores
da Bancada do PT e da Bancada do PCdoB – e quero pedir os votos de todos os
Vereadores, porque vai ser uma bela resposta da Câmara Municipal de Porto
Alegre se esse projeto for aprovado, no dia de hoje, por unanimidade – esta é a
expectativa da Bancada do PSOL e é o nosso encaminhamento. Quero agradecer aos
Vereadores da Bancada do PTB – o Ver. Elizandro Sabino já falou o seu voto – e
dizer que contamos com os votos de todos os Vereadores. Estamos conversando com
todas as outras Bancadas. Eu estava agradecendo aos que já abriram o voto, mas
nós temos essa expectativa de que a Câmara coloque essas áreas no Plano Diretor
da nossa Cidade, dando um instrumento de luta, mas, sobretudo, de perspectiva
de um direito humano fundamental, que é o direito à moradia a 15 mil pessoas na
cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; a Ver.ª Fernanda
falou de uma comunidade. Vereadores Delegado Cleiton, Brasinha, Cassio
Trogildo, Comassetto, Pedro Ruas, membros da CUTHAB, vimos o que acontece
nessas comunidades, como a que a Fernanda citou, assim como na Coqueiros, na
Mário Quintana, em várias outras ocupações, nas vilas, favelas de Porto Alegre,
seja onde for, locais onde as pessoas buscam dignidade para morar. Durante
esses dois anos em que estou na CUTHAB, uma me chamou a atenção e me leva a ser
um defensor desse projeto, porque é um exemplo de grilagem, sacanagem,
picaretagem e tudo que se pode dizer sobre o que fazem com o povo de Porto
Alegre, que é a São Francisco, acompanhada pela nossa Comissão. O dito
proprietário da São Francisco tinha um documento de posse que foi dado por uma
pessoa morta – os membros da Comissão devem lembrar. Ele tinha o documento
conseguido após a pessoa estar morta! Talvez tenha sido psicografado pelo Chico
Xavier, pelo Alan Kardec ou por algum espírito que deu esse documento a ele. O
grileiro, que é dono de um cartório, faz atrocidades com terras em Porto
Alegre. Acho que chegou o momento de fazermos justiça social, darmos terra para
o povo. Chegou o momento de darmos casa e teto a quem precisa. Nós não estamos
falando aqui de pessoas que vão lá, invadem, ocupam uma área, e, um mês depois
– como já vimos na CUTHAB, eu sou membro da CUTHAB – começam a vender os
barracos, a explorar as pessoas. Nós não estamos falando aqui, já orientamos
várias comunidades de Porto Alegre sobre advogados que exploram as comunidades,
cobrando 20, 30, 40 reais, como se isso não fosse dinheiro para quem não tem
teto. Nós estamos falando de pessoas para as quais foram vendidos sonhos,
dizendo: “Venha da sua cidade para o paraíso; saia do interior e venha buscar o
Eldorado; venha para cá, que aqui tem emprego; venha para cá, tudo é mais
fácil!” Quando chegam aqui, a realidade é outra. Chegam aqui, tudo é mais
difícil: o asfalto, a grande cidade, tudo transforma a vida das pessoas.
Acho que neste final de ano, esta Casa pode fazer
justiça, não dando presente; pois, apesar do meu tamanho, ninguém aqui é Papai
Noel. Nós queremos fazer justiça social, queremos dar direito de moradia às
pessoas que constroem essa Cidade, que abriram mão das suas cidades natais para
virem para cá ajudar quem nasceu aqui a construir a sua cidade. E, no mínimo, o
que podemos fazer, é reconhecer e mudar o direito de morar com dignidade.
Por isso encaminhamos hoje para que esta Casa faça
justiça, aprovando esse projeto, que, como disse a Fernanda e o Ruas, não é um
projeto deles, não é um projeto de ninguém, não é um projeto da Câmara; esse
projeto é da luta de vocês diariamente por moradia com dignidade, que vai
permitir que vocês tenham asfalto, que vocês tenham esgoto, que tenham luz e
que possam arrumar os barracos de vocês. Com força, fé, união e solidariedade
nós vamos melhorar a vida dos senhores em Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, prezados lutadores
sociais aqui presentes, eu venho aqui em nome da minha Bancada, a do Partido
dos Trabalhadores, primeiro, para cumprimentar todos presentes nesta Sessão de
hoje, pois esta Casa tem um compromisso social e tem que assumi-lo em todos os
momentos, porque a cidade de Porto Alegre não pode excluir as pessoas! A cidade
de Porto Alegre tem que amparar as pessoas! A cidade de Porto Alegre está
devendo uma política de reforma urbana, uma política de regularização fundiária
e uma política habitacional qualificada. Dizendo isso, cumprimento os autores
do projeto que aqui estão, do qual tive o prazer de ser o relator, defendendo
que nós temos que gravar não só as 14 AEIS, mas resolver as 750 vilas
irregulares da cidade de Porto Alegre! São 750 vilas irregulares! Setecentos e
cinquenta vilas significam aproximadamente de 250 a 300 mil pessoas que estão
excluídas da cidadania em Porto Alegre!
Portanto, o direito à propriedade – como já define
a Constituição Federal e o Estatuto da Cidade – diz que os vazios urbanos das
cidades têm que ser destinados para a habitação do interesse social. Essas 20
áreas hoje estão na ponta da caneta dos juízes, estão na pressão política
conservadora de querer colocar a Brigada Militar contra o povo. Isso não pode
continuar! A Brigada tem que estar ali para proteger a população! A Brigada tem
que garantir aquilo que cada um e cada uma quer, necessita e tem direito
constitucional, que é o direito à moradia, que é ter um endereço, que é ter a
sua casa, que é ter a sua creche, que é ter a sua escola, que é ter o
transporte público!
Portanto, em nome do meu partido, o Partido dos
Trabalhadores, quero dizer que os nossos cinco votos, desde o primeiro dia... O
nosso voto, sempre que tem uma política de regularização fundiária, uma
política de garantir direito à terra e à moradia, sempre foi e sempre será favorável!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Agora, quero dizer –
quero convidar os nossos colegas Vereadores, que são defensores dessa agenda –
que a votação da AEIS não termina, não define a garantia da não expulsão dessas
famílias. Tem um processo que vai muito além disso. Portanto, as comunidades e
o Fórum têm que manter uma unidade política, não podem trabalhar do ponto de
vista da divergência pessoal ou da divergência de alguma orientação partidária.
Nós, Vereadores, que estamos aqui, temos essa compreensão e lutaremos pela
unidade, no fortalecimento das comunidades. Digo isso, porque, com muito
orgulho e muita honra, me sinto aqui representante, sim, do Governo Dilma, que
tem dinheiro para a habitação, tem programa para regularização fundiária, tem o
Minha Casa, Minha Vida, tem recurso! Agora, tem que ter projeto local, política
local, orientação, e tudo isso está em carência na cidade de Porto Alegre!
Por último, quero
convidar todos os senhores e as senhoras para votarmos o projeto número um, que
é o que regulariza as Áreas Especiais de Interesse Social na cidade de Porto
Alegre, nas 14 áreas.
O terceiro projeto em
Pauta hoje é, do nosso ponto de vista, de importância política tal qual a esse,
ou com uma dimensão ainda maior, que propõe enfrentar o tema do sistema de
gestão do transporte urbano da cidade de Porto Alegre. O terceiro projeto que
temos aqui, hoje, define uma nova modelagem para o sistema do transporte
público de Porto Alegre, que diz que quem tem que ficar responsável pela gestão
é a Prefeitura de Porto Alegre e não o sistema das empresas que controla e faz
os horários quando quer, que não coloca ônibus, que não fiscaliza, que não tem
qualidade e que tem preço alto.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Portanto, queremos
convidar a todos para continuarem aqui após a votação das AEIS, para darmos
também um marco ao terceiro projeto e dar sustentação para que o Governo
Municipal possa, no próximo ano, realizar a licitação de um transporte público
que venha atender a todas as comunidades, principalmente as comunidades da
periferia. Um grande abraço, boa luta e bom trabalho. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Bom dia, Sr.
Presidente; bom dia, Vereadoras, Vereadores; bom dia, Ver.ª Fernanda Melchionna
– esta luta é das boas; bom dia a todas as comunidades.
(Manifestações nas
galerias.)
A SRA. JUSSARA CONY: Companheirada de lutas
históricas: Capadócia, Progresso, Império, Sete de Setembro, 20 de Novembro,
Dois Irmãos, São Luiz, Bela Vista, Nossa Senhora Aparecida, Cruzeirinho,
Continental, Belém Novo, Morada dos Ventos, e deixei Marcos Klassmann para o
fim – Vereador histórico, cassado pela ditadura militar e que, com certeza,
hoje está aqui, de onde ele estiver ele está aqui, porque ele era de luta. Não
é por acaso que Porto Alegre tem um espaço que foi ocupado pela luta do povo e
que tem o nome não do Marcos Klassmann, mas do Valneri Antunes, os dois eram de
lutas. Bueno, pessoal, Porto Alegre
tem uma história de lutas pelo sagrado direito de morar. Eu quero dizer,
companheiros, da responsabilidade desta Câmara. Há 30 anos, nesta Casa, eu fui
Vereadora, na década de 1980, e ocorreram lutas históricas por esse direito. Eu
quero lembrar aqui, companheiros, que, junto com as lutas do povo, lutas
organizadas, unificadas, como a de vocês, fui chamada, pelos donos das terras,
das massas falidas, enquanto o povo não tinha onde morar, de “Vereadora das
invasões”. Era assim que eles chamavam o povo e os Vereadores da luta, das
invasões; os homens e as mulheres de luta pelos seus direitos eram os
invasores. Até hoje tem muita gente que chama. Já ali, naquele momento,
respondíamos: “Aqui são os ocupantes pelo direito à vida”. E essa luta
continua. Eu lembro do Valneri Antunes não por acaso; uma das áreas onde se
garantia o direito de morar tem o seu nome. Eu lembro de Caio Lustosa, meu
companheiro da Comissão de Saúde e Meio Ambiente – criada por nós aqui nesta
Casa –, e que tinha a capacidade de ligar a sua defesa pelo meio ambiente com a
justa e necessária luta pelo direito à função social da terra, e impulsionava,
inclusive, a compreensão como jurista para que, pelo menos, em alguns momentos,
a causa fosse positiva pelo povo. Porque sabemos que, entre o dono da terra e o
povo, a Justiça sempre está do lado do dono da terra. O Lauro Hagemann, com sua
voz socialista e forte, contribuía muito nos momentos de enfrentamento. E o
André Forster, Presidente na primeira legislatura, dando rumos nesta Casa,
ainda na ditadura, a favor do nosso povo. O Pedro Ruas participou desse
processo, durante quatro anos com a gente, aqui.
Por que eu faço isso,
neste momento em que vocês estão aqui? Porque esta Câmara tem história. E hoje
é um dos momentos que nós temos que honrá-la, aprovando esse projeto por
unanimidade. (Palmas.) É honrar a luta do povo, não só pelos Vereadores que
lembrei – e tantos outros –, mas, fundamentalmente, pela luta e unidade da resistência
do povo de Porto Alegre! E aí eu tenho que citar Costa e Silva, Leopoldina,
Rubem Berta, Fernando Ferrari, Zona Norte, Cachoeirinha, Gravataí – por aí se
vai –, até Santa Maria, as lutas de ocupação. Lutas que foram estratégicas,
foram exemplos para o Brasil, no sentido, inclusive, de desengavetar o Estatuto
da Terra. Está aqui o Estatuto da Terra! (Mostra Estatuto.) É só querer fazer
gestão, porque aqui tem tudo que o povo construiu no sentido de garantir a
gestão! (Palmas.) Estatuto que estava escondido dentro das gavetas do Congresso
Nacional e que de lá foi tirado! Nós temos muita honra – o João Derly e eu –
pelo então Deputado, hoje Senador, Inácio Arruda. O Estatuto da Terra ainda
precisa ser materializado na vida do nosso povo! O Estatuto da Terra que, na 5ª
Conferência das Cidades, foi firmado como um importante instrumento para a
garantia da cidade com dignidade, com justiça! Vocês aqui continuam honrando a
luta do povo de Porto Alegre e do povo brasileiro! (Palmas.) Temos que ocupar,
resistir e continuar, porque, além da casa, nós temos que garantir reforma
urbana, regularização fundiária para todos. Além da casa, nós precisamos de
saneamento, de mobilidade urbana, de equipamentos sociais, de controle social
com a criação do Conselho da Cidade, para inverter a lógica entre o capital e o
trabalho, entre a especulação e a cidadania! Vamos à luta, e que esta Casa ouça
o povo de Porto Alegre, votando por unanimidade esse projeto! Um abraço.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 10h22min): Havendo quórum, passamos à
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr.
Presidente, mantida a preferência para projeto dos Vereadores Pedro Ruas e
Fernanda Melchionna, que tem que ser o primeiro, conforme já ajustamos, nós
queríamos, Sr. Presidente, contar com a concordância de V. Exa. e do Plenário
da Casa para alterarmos a ordem da priorização de votação, deixando a
discussão e votação do PLCE nº 008/14 para o final. V. Exa. conhece o assunto,
há uma tentativa de acordo com a oposição para facilitar.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, temos contrariedade. Tem uma ordem estabelecida, o nosso
projeto, inclusive, é o terceiro a ser votado. Foi acordado na Mesa que
votaríamos um projeto do Legislativo, um do Executivo...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, talvez V. Exa. não tenha entendido. Não
altera em nada a ordem de votação do seu projeto. O projeto que seria votado em
quarto lugar, o Ver. Reginaldo Pujol está solicitando que seja votado no final.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Compreendido. Peço desculpas, temos acordo.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Requerimento): Presidente, eu gostaria de solicitar que fosse
votado, nesta manhã, o meu Requerimento de renovação de votação do PLL nº
225/14. Solicito que ele seja votado em quarto lugar, no lugar do que está
sendo retirado.
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo ofício assinado pelo Prefeito Municipal de
Porto Alegre a esta Presidência comunicando sua ausência da Cidade no período
de 23 a 27 de dezembro. Na vacância, assumirá o cargo o Sr. Sebastião Melo,
Vice-Prefeito.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2265/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 213/14,
de autoria do Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna, que cria e declara
como Área Especial de Interesse Social IV Subunidades nas Unidades de
Estruturação Urbana (UEUs) 48 da Macrozona (MZ) 02; 06, 10, 16, 20, 22 e 86 da
MZ 03; 04 da MZ 04; 30 da MZ 05; e 20 da MZ 08, altera limites de Subunidades
que lhe são adjacentes e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Engº
Comassetto: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 15-12-14.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o PLL nº 213/14. (Pausa.) O Ver.
Alberto Kopittke está com a palavra para discutir o PLL nº 213/14.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, todos os que estão
aqui hoje abrilhantando esta Casa, que é o verdadeiro lugar do povo da cidade
de Porto Alegre, integrantes das diversas ocupações do Município; eu venho, como
membro da Bancada do Partido dos Trabalhadores, saudar essa brilhante
iniciativa do Ver. Pedro Ruas e da Ver.ª Fernanda Melchionna. Eu fiz minha
formação jurídica com o Dr. Jacques Távora Alfonsin, que vários colegas aqui
devem conhecer, vários ativistas sociais. O Jacques é advogado das ocupações –
a Ver.ª Jussara lembra – desde os anos 1970, desde a Encruzilhada Natalino, no
interior do Rio Grande do Sul, quando mais ou menos mil agricultores se
juntaram para lutar por terra, tiveram que enfrentar os tanques e os aviões da
ditadura, derrotando a ditadura no interior do Rio Grande do Sul e lá fundando
o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Foi com esse homem que eu
aprendi o valor da luta pela terra. Nós, colegas, não somos os culpados pela situação
da injustiça social, mas temos a responsabilidade de mudar essa realidade e de
estar ao lado do povo que luta pelos seus direitos. Esta luta que vocês têm
feito é porque criaram consciência social de que a luta por direitos não se faz
sozinha, a luta por direitos não se faz no assistencialismo político, não se
faz no troca-troca em época de eleição, trocando um favor pelo voto das
pessoas. Os direitos se conquistam na luta, no enfrentamento dentro dos marcos
da democracia, é na luta que o povo se organiza e conquista os seus direitos.
(Palmas.)
Então, eu venho aqui trazer uma saudação.
Infelizmente, alguns setores da sociedade sempre vão tratar vocês como aqueles
que perturbam a ordem social, talvez até os equiparem a bandidos: aqueles que
atrapalham o trânsito cometem, imaginem, o crime de parar o trânsito da Cidade!
Mas não seria crime maior o que a história deste País faz com seu povo,
deixando o povo sem moradia, sem os direitos básicos de luz, água, os direitos
sociais de educação? (Palmas.) Esse é o maior crime, e é por isso que vocês têm
que se organizar cada vez mais. Hoje é só um passo dessa luta, só mais um,
muitos outros ainda vocês vão ter que dar unidos! E, depois que conquistarem a
terra – e vão conquistar o direito à moradia –, mais organizados ainda vocês
vão ter que se manter, porque, quando o povo não se organiza, ele perde os seus
direitos, e esse é o aprendizado dessa luta. Parabéns a cada um e a cada uma de
vocês pela coragem de enfrentar, inclusive, a mídia, que nunca mostra a luta do
povo, mas depois mostra que o povo parou o trânsito, que o povo atrapalhou a
vida da Cidade. E vocês não se curvaram! Ao longo da história do Brasil, eles
sempre derrubaram ou tentaram difamar aqueles que efetivamente lutaram pelo
povo. Assim eles fizeram com Getúlio Vargas, derrubaram e mataram o Getúlio;
derrubaram e mataram o Jango e fazem tudo o que fazem com o ex-Presidente Lula,
com a imagem desse lutador nordestino. Mas vocês têm lado, é o lado da luta, é
o lado do povo, é o lado dos direitos! Parabéns e boa luta! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 213/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
bom dia a todos e todas; chegamos ao momento culminante de uma caminhada
belíssima, valorosa, heroica das comunidades que lutam por moradia. O Ver.
Pedro Ruas não poderia fechar seu mandato de Vereador de uma forma mais
significativa, mais importante do que essa, junto com a companheira, Ver.ª
Fernanda Melchionna.
Eu quero valorizar, pedindo permissão a vocês dois,
porque certamente esse é um instrumento de mediação que honra a democracia
representativa. Sem essa democracia participativa, direta que vocês produzem
problematizando esta Cidade – a apropriação privada da terra, a concentração de
terra, o guardar terra para especulação imobiliária, para valorização –, não
seria possível chegar a um momento deste. Porto Alegre merecia uma organização do
movimento comunitário. Assim como Porto Alegre é protagonista, é vanguarda na
organização do movimento das crianças e dos adolescentes com o Fórum Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, Porto Alegre celebra, a partir da
organização, da mobilização de vocês e da luta e da ocupação, a constituição do Fórum pela Reforma Urbana. E uma cidade que tem uma mobilização
significativa, forte, para que o direito à moradia se instale, para que seja
uma política prioritária, é uma cidade que tem perspectiva de melhorar a
qualidade de vida, que tem perspectiva de viver bem com a sua gente, é uma
cidade que cuida da sua gente, que respeita a sua gente. Porque a possibilidade
desse exercício da cidadania é o que tem de mais rico, de mais promissor e de
maior força de transformação em uma cidade. Nós acreditamos que o exercício
pleno e a ampliação, cada vez maior, da participação direta, da cidadania, do
protagonismo, é que constitui um país mais igual e que constituem os direito.
Então, eu quero celebrar esta votação, porque nossa bancada vota hoje com muita
consciência, do PT, de que esteve muitas vezes junto com vocês, segurando a
Brigada Militar, indo à Justiça, ajudando a resistir nos lugares, ajudando a
encontrar alternativas, pressionado o DEMHAB, a Sehadur, para que façam o
diálogo, para que vocês tenham escuta. Então, o nosso voto não é pontual, é um
compromisso que houve para trás e, principalmente, é um compromisso para
frente, para os próximos passos. Democracia é o direito à terra; democracia é
um direito à habitação; democracia é fazer a terra cumprir o seu papel social.
Nós, neste ano, tivemos um embate muito grande, que vocês acompanharam, nas
eleições de 2014. Foi um embate onde ficaram muito nítidos dois projetos. Pode
haver defeitos de ambos os lados, acusações, mas os projetos que estavam em
votação neste País, de um lado, era quem queria manter os privilégios, de quem
defendia os salários, os empregos, as terras, a renda para quem sempre foi
privilegiado neste País; e do outro lado, o vitorioso, a muito custo, a duras
penas, enfrentando o cartel da mídia, a concentração do poder, da opinião, da
formação – vocês sabem quantas vezes está contra as ocupações e a divisão das
riquezas neste País –, enfrentando isso, a Dilma apresentou o projeto que é de
acesso à dignidade, de acesso a direitos, de acesso à renda, de respeito a
homens e mulheres trabalhadoras, de valorização do trabalho e do trabalhador. E
essa vitória sofrida, debatida, perigosamente quase perdida, não é uma vitória
de cantar louros hoje, é uma vitória que traz muito mais compromisso a
nossa Presidenta Dilma e ao nosso Partido, junto com os partidos que compõem o
Governo Federal. Esse compromisso – senhoras e senhores, crianças que estão
aqui e que vão obter uma grande vitória a partir dessa luta – dá condições a
vocês sonharem que, a partir desta votação, vocês vão firmar sua terra, sua
casa, a reforma, a moradia (Palmas.) e
um lugar definitivo...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...Encerro dizendo isto: vocês lutam aqui, vocês lutam lá na ocupação,
dentro do Parlamento, mas também lutaram na eleição, como nós votamos, o nosso
voto tem que valer. Venceu o projeto que redistribui renda neste País e que
valoriza os trabalhadores e ele, mais uma vez, será um instrumento que vocês
vão acessar e exigir, porque Porto Alegre tem que acessar cada política que
respeita quem só quer viver com dignidade, tratar e cuidar dos seus filhos
embaixo de um bom teto, numa boa escola e numa boa saúde. Parabéns, votamos sim, sim, sim ao direito
à habitação. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLL nº 213/14.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Bom dia a todos e todas, nesta época de final de ano, no momento em que
a gente costuma fazer aquela limpeza em casa, dar uma olhada no material que
ficou ali solto, eu fui fazer a minha e não sei, se por coincidência ou não,
encontrei lá esta pastinha de dez anos atrás – eu, recém-formado na Faculdade
de Direito, formei-me em 2003 –, com todas as petições e pedidos de 2004, que
eu tinha atuado como advogado justamente na área das ocupações. Eu relembro
alguns documentos aqui, como o meu colega e Vereador Alberto falou aqui, como
dos setores que não querem deixar avançar a luta do povo. Eu pego aqui um
documento feito pela empresa, que se dizia proprietária da área, em que
justamente qualifica pessoas como vocês de invasores. Está aqui dito:
invasores. Usa termos e frases como, por exemplo, “a autora [a empresa] acionou
a Brigada Militar para estancar a invasão”. Estanca-se sangue; estanca-se
doença, não pessoas. O mais curioso foi que eu consegui, numa dessas ocupações,
que o juiz fosse lá ver, fosse lá no Jardim Leopoldina. O juiz foi lá visitar!
Foi um feito ter conseguido isto, Ver. Pedro Ruas, fazer o juiz uma inspeção
judicial! Então, ele foi lá ver com seus próprios olhos. Ao chegar lá, viu que
eram muitas as comunidades que estavam lá, muitas famílias e falou na minha
frente: “Temos que tirar essas pessoas daqui antes que eles se reproduzam”.
Então, eu estou dizendo tudo isso para dizer que
há, sim, um conflito, como disse aqui a minha colega companheira Ver.ª Sofia,
de classes aqui, em que o Judiciário é um ator fundamental, e, muitas vezes, o
Judiciário nos dá ganho, como vocês tiveram, algumas comunidades tiveram, como
nós tivemos numa ocupação do Jardim Leopoldina, em que conseguimos reverter a
liminar e manter as pessoas por mais alguns dias, é verdade; depois o juiz
revisou a sua própria decisão. Então, para mim, hoje, dez anos depois, poder
votar um projeto como este, agora como Vereador, é o coroamento de uma escolha
de vida, de uma escolha profissional de atuar onde realmente o povo precisa.
Eu quero colocar aqui também uma ação do Ver. Pedro
Ruas e da Ver.ª Fernanda Melchionna, um processo que se inicia. Vejam, apesar
de considerada, a partir de agora, Área de Interesse Social, há uma luta pela
frente, pela mobilidade, pela moradia, pelo saneamento. Isso tudo vai depender
muito mais do Executivo do que para a Câmara dos Vereadores, que faz o seu
papel legislativo; nós aqui fazemos leis e fiscalizamos o Executivo. Eu digo
isso para nós entendermos que o Vereador não faz obra, mas ele cobra do
Prefeito. Então, os Vereadores podem, sim, estar ao lado de vocês para o que
vem pela frente e não será pouca coisa. E a gente sabe que, quando morar é um
privilégio – é a frase que se usa –, ocupar é um direito. Então, sintam-se
todos no direito constitucional; não é nenhum favor, ninguém aqui está fazendo
nenhum favor para vocês, não se sintam em dívida com as pessoas, com quem está
na Administração pública ou com quem é um Vereador, pensando “porque me fez
alguma coisa, por isso eu lhe devo um favor”. Aqui é uma relação política e,
portanto, nos colocamos também à disposição para, como Vereadores, trabalharmos
a favor das comunidades que aqui estão presentes. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Emenda nº 01 ao PLL nº 213/14, de autoria
do Ver. Cassio Trogildo. Apregoo Requerimento
de autoria do Ver. Cassio Trogildo, solicitando dispensa do envio da Emenda nº
01 ao PLL nº 213/14 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
Apregoo Subemenda nº
01 à Emenda nº 01 ao PLL nº 213/14, de autoria dos Vereadores Cassio Trogildo,
Airto Ferronato e Reginaldo Pujol. Apregoo Requerimento de autoria do Ver.
Cassio Trogildo, solicitando a dispensa do envio da Subemenda nº 01 à Emenda nº
01 ao PLL nº 213/14 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. PEDRO RUAS: Há uma Subemenda
assinada pelo Ver. Engº Comassetto?
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Não. Pode ser
que ele esteja pensando e vá enviar, mas não há.
O SR. PEDRO RUAS: Então, não é esta aí?
Esta é dos mesmos autores da Emenda?
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Há a Emenda e
a Subemenda.
A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para discutir
o PLL nº 213/14.
A SRA. ANY
ORTIZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, venho a esta tribuna
para reafirmar o que já falei outro dia: vocês estão mostrando para a cidade de
Porto Alegre um problema que existe há muitos anos aqui na Cidade. O que está
sendo feito aqui, hoje, e o que foi feito ao longo desses últimos meses, é
mostrar para a Cidade que a gente tem, sim, um problema habitacional, que há
muitas famílias, e não é só a Bela Vista, mas um conjunto de famílias que
deseja apenas um lugar para morar. Da forma como hoje é constituído, e da forma
como hoje a gente tem acesso aos créditos, acesso à moradia, fica muito difícil
essas famílias conseguirem a sua moradia, e, por várias vezes, tem que partir
para o enfrentamento para que isso seja feito.
Quero parabenizar a Bancada do PSOL – Pedro Ruas,
Fernanda Melchionna – pela iniciativa do projeto, e dizer que, junto com todas
estas pessoas, vocês encaminharam um projeto para regularizar essa situação.
Quero, também, fazer um apelo à Bancada do PT – ao
Ver. Kopittke, que se manifestou aqui e à Ver.ª Sofia – que diga ao Governador
Tarso Genro, que ainda não recebeu o fórum, e que esse é um assunto, também, do
Governo do Estado. Não adianta o PT subir nesta tribuna e falar que os
Vereadores têm que votar a favor, que o Município de Porto Alegre tem
responsabilidade, porque o Governo do Estado também tem essa responsabilidade.
Eu não posso ver a Ver.ª Sofia falar do projeto do
PT nacional, sem que o Governador Tarso Genro receba o fórum, porque é
importante também essa construção junto com o Governo do Estado.
Venho reafirmar que a vitória de vocês, essa luta e
este projeto, é um resultado do trabalho feito por vocês. Parabenizo a
mobilização, por cada vez que vocês estiveram nesta Câmara de Vereadores, e
hoje não é a primeira; hoje é o resultado desse processo, onde vocês são os
protagonistas. Parabéns, continuem na luta!
(Não revisado pela oradora)
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir
o PLL nº 213/14.
O SR. DR.
THIAGO: Ilustre Professor Garcia, colegas Vereadores e Vereadoras, quero também,
como fizeram os meus colegas, dar os parabéns aqui para a Ver.ª Fernanda e para
o Ver. Pedro Ruas pela mobilização, e parabéns a cada um e a cada uma de vocês,
porque, sem dúvida nenhuma, essa participação de cada um de vocês é fundamental
para se atingir os direitos, para se atingir os objetivos. Quero dizer, como a
Fernanda já mencionou aqui, que sou favorável, votarei favoravelmente ao
projeto porque entendo que, sem dúvida nenhuma, assim como a saúde e a
educação, a moradia é o direito básico e fundamental de todas as pessoas. Há um
cálculo constante de que este projeto beneficiaria mais de dez mil famílias, e,
sem dúvida nenhuma, isso nos sensibiliza, nos toca, faz com que trabalhemos em
conjunto, e capitaneados por eles, para, efetivamente, poder ajudar na aprovação
deste projeto. Parabéns pela luta de vocês!
Quero também dizer que os conceitos que temos
trabalhado e que vamos trabalhar cada vez mais, nesta Casa, principalmente o
conceito de sustentabilidade, também se colocam nessa questão da moradia. A sustentabilidade
faz com que nós satisfaçamos as nossas necessidades, a partir dos recursos
naturais, sem comprometer o futuro; faz com que o ser humano interaja,
efetivamente, com o mundo; mas a sustentabilidade respeita profundamente o ser
humano. E, a partir desse respeito ao ser humano, faz com que ele possa, de
forma clara e absoluta, respeitar a natureza. Ele coloca, no centro dos
processos sociais, no centro do meio ambiente, o ser humano. Por isso, que a
gente possa, efetivamente, mas também teoricamente – não só na prática, como
médico, atendendo há 14 anos na periferia da Cidade –, ter muita convicção ao
aprovar este projeto.
Eu quero, de forma final, responder à Ver.ª Sofia:
efetivamente, o Brasil não precisa mais de uma dicotomia, não precisa ser dividido
entre o “x” e o “y”; precisa, sim, apontar para a sustentabilidade, precisa
estar despojado de tudo isso. Sem dúvida nenhuma, existiram programas, na
eleição a que a Ver.ª Sofia se referiu, principalmente no primeiro turno, que
apontaram para uma união neste País.
Finalizando, quero, mais uma vez, parabenizar vocês
pela luta, parabenizar o Ver. Pedro Ruas e a Ver.ª Fernanda pela coragem e pela
articulação neste projeto. E continuo dizendo, como disse a candidata Marina
Silva: “Um mundo sustentável é possível!” Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
discutir o PLL nº 213/14.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que nos assiste aqui e pela
TVCâmara, temos que colocar que muitos estão nessa luta por necessidade. Às
vezes, vejo que colocam aqui como uma questão de situação ou oposição. Digo ao
PT que os companheiros da Saraí estão até hoje esperando a União e o Paço se
manifestarem. O Tarso já não se manifesta, porque já perdeu o Governo. Quando
são Governo do Estado, muitos não sobem aqui para se manifestar a favor. Os
companheiros da Saraí deveriam estar aqui gritando para esses que sobem na
tribuna só para falar do Governo Municipal. A minha preocupação é com aqueles
que estão na fila há muito tempo esperando uma casa e não estão mobilizados
como os senhores. Entra Governo e sai Governo e eles estão sem as suas
moradias. Mas não podemos esquecer a luta de vocês de irem para um barraco sem
água, sem luz, sem nenhuma infraestrutura e se manterem ali, nessa situação de
extrema carência. Ninguém faz isso se não for por necessidade – 99% que faz
isso é por necessidade. E não chega a ser 1% os grileiros! Os grileiros, os
aproveitadores, nós temos que tirá-los dessa luta. Mas a luta por moradia se
faz necessária. Foi o que eu falei: os grileiros e os aproveitadores, temos que
tirá-los dessa luta. Não são dignos de fazerem parte de quem bota os seus filhos para morar em lugares
inseguros. Em questão de segurança pública, de saúde, esses sim não são dignos.
Um ano fui presidente da CUTHAB, e neste ano fui Vice-Presidente e acompanhei a
luta de muitos dos senhores, de ter que ir ao Ministério Público para que
alguns não saíssem numa época de Natal; de ter que ir a uma Delegacia para que
fosse instaurado um inquérito policial a grileiros que estavam tentando ficar
com a terra que estava muito tempo abandonada. Então, por tudo isso e por
questão de dignidade e de poder dormir tranquilo, mesmo fazendo parte do
Governo e sabendo que o Governo – nós tivemos uma reunião domingo – tem e quer
assentar o número maior de pessoas. E sabemos que vai ter problemas depois,
senhores! Nem todos moram em situação de uma área em que possam ser assentados.
Mas esse é o pontapé inicial dessa luta. E não podemos, por questões de
interesse, de oposição ou situação, frustrar esta luta: a luta por uma melhor
moradia, a luta para que nossos filhos fiquem nas escolas, a luta para que os
idosos frequentem aquele posto de saúde que já estão frequentando, a luta para
continuarmos comprando no mercadinho, a luta do transporte público e a luta
pelo saneamento básico. Faz-se necessária, sim, uma luta; faze-se necessário
ter uma sensibilidade maior. Essa luta é uma luta digna. Obrigado, senhores.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Márcio
Bins Ely, na condição de Líder da Bancada do PDT e nos termos do art. 218, § 6º
do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde para o Ver. João Bosco
Vaz no período de 22 a 29 de dezembro de 2014. A Mesa declara empossado o
Suplente, Ver. Mario Fraga, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana.
Apregoo a
Mensagem Retificativa Parcial, de autoria do Prefeito José Fortunati, ao PLCE
nº 010/14.
Apregoo a Emenda nº
02,
de autoria ao Ver. Mauro Pinheiro, ao PLCE nº 008/14.
Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Mauro
Pinheiro, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLCE nº 008/14 à
apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver.
Mauro Pinheiro, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 02 ao PLCE
nº 008/14.
O Ver. Alberto Kopittke está com
a palavra para discutir o PLL nº 213/14, por cedência de tempo do Ver. Mauro
Pinheiro.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Aproveitando que os colegas estão fazendo a saudável construção de
emendas – o nosso Líder, o Ver. Comassetto, está empenhado aqui discutindo as
melhores alternativas, juntamente com a Ver.ª Jussara, com o Ver. Cassio –,
quero saudar essa mobilização. É só com o canto e com a voz de vocês que as
mudanças vêm.
Assim como vocês, eu também gosto de justiça,
principalmente com pessoas que não podem vir aqui falar, elas não podem usar a
tribuna. Como o nome do Governador Tarso Genro foi citado pela Ver.ª Any e pelo
Ver. Delegado Cleiton, quero dizer que eu e todos os Vereadores do PT, nas
nossas falas, em nenhum momento politizamos a discussão desse projeto de lei,
porque nós achamos que ele está muito acima de diferenças partidárias, pois nós
estamos tratando dos direitos, da luta de vocês de forma absolutamente
respeitosa, e não dentro das divergências que temos aqui dentro, que,
efetivamente, são muitas.
Aqui na frente todos parecem defender o mesmo
projeto, mas não são os mesmos projetos de sociedade que cada um defende. São
legítimos, são honrados, são morais, mas nem todos são iguais.
E eu acho que é preciso fazer justiça com um homem.
E nós reconhecemos o resultado das urnas. Infelizmente, em nível nacional,
alguns não reconhecem que a Dilma ganhou, mas nós reconhecemos que o Governador
Sartori ganhou legitimamente essa eleição, porque nós respeitamos a democracia.
E no dia 1º de janeiro o Governador Tarso vai entregar o Governo do Estado ao
Governador Sartori, legitimamente eleito pelo povo. Alguns continuam tentando
derrubar a Dilma, vocês estão vendo todo dia isso nas ruas, na TV e no
Facebook, mas eu gostaria de fazer justiça com esse homem. Porque muito do que
fez ele perder a eleição é exatamente porque alguns setores da sociedade gaúcha
acusaram-no de não ter colocado a Brigada Militar para bater em ocupante de
terra nesta Cidade; muitos acusam o Governador Tarso – infelizmente neste caso
até o Prefeito – de não ter posto a Brigada Militar para bater nos
sindicalistas que lutavam pelos salários dos rodoviários do transporte
coletivo, quando fizeram a greve, lutando pelos seus direitos. E foi a última
medida que eles puderam tomar. E o Governador foi criticado porque não colocou
a Brigada para bater em sindicalista. E essas ocupações que hoje temos na
Cidade, vocês sabem muito bem, porque vocês estão acompanhando com os
advogados, do empenho do Governo do Estado em levar até as últimas
consequências jurídicas para não colocar a Brigada Militar. Vocês sabem disso.
Vocês se lembram, quem já luta há muito tempo, como era antigamente. A Ver.ª
Any Ortiz, que falou aqui, apoiava a Governadora Yeda Crusius, que o que mais
fazia era descer o sarrafo em trabalhador e em povo pobre. Nós temos lado,
vocês podem saber. E se muito hoje batem no PT é por causa do Bolsa Família que
nós distribuímos.
A Sra. Any
Ortiz: V. Exa. permite um aparte?
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Não vou dar aparte à senhora.
A Sra. Any
Ortiz: O senhor me citou, eu tenho o direito de resposta. Eu estava junto
com...
(Som cortado por determinação da presidência.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: A senhora defende Aécio Neves, a senhora defende Yeda Crusius, defende os banqueiros. Esse é o lado que a senhora
defende. E a senhora tem que assumir a sua responsabilidade! Porque a senhora
tem lado político e os nossos lados são diferentes! Eu lhe respeito. Só estou
fazendo uma divergência política com a senhora.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, eu parei o cronômetro.
Vereadora, o microfone de apartes só é liberado se
for concedido o aparte. Ele não está lhe dando o aparte, Vereadora.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Eu estou aqui fazendo uma divergência respeitosa e política com a
senhora. A senhora falou o nome do Governador Tarso cinco vezes, e eu estou
divergindo politicamente. Eu não estou fazendo nenhuma crítica pessoal à
senhora. É uma crítica política porque eu acho que as pessoas têm que assumir
os lados que têm. Na frente do povo todos parecem iguais, mas não são iguais,
têm projetos diferentes. Nós temos erros e pagamos pelos erros, agora, um dos
maiores erros que nos acusam hoje no Brasil é por distribuir renda, e disso nós
temos muito orgulho e nós não vamos parar de fazer a distribuição de renda
neste país. Sigam sempre com o nosso apoio, do Partido dos Trabalhadores, e,
com certeza, desse homem honrado que tanto luta pelos trabalhadores, que é o
Governador Tarso Genro! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Senhores da galeria, eu vou sempre pedir que façam
as manifestações após a fala de cada Vereador.
A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para discutir
o PLL nº 213/14, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.
A SRA. ANY
ORTIZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro lugar,
agradeço ao Ver. Reginaldo Pujol por me ceder o tempo. Infelizmente o Ver.
Alberto Kopittke não quis me dar um aparte e ainda quis me ofender
pessoalmente, quando eu vim aqui simplesmente fazer uma crítica sobre o fato de
que o Governador Tarso Genro ainda não recebeu o Fórum das Ocupações. Pode ser
que até o final do ano ele ainda o faça.
E mais: eu não quis falar em questões pessoais e
nem ataques a uma opinião ou a outra ou a ideologias; vim falar sobre fatos, e
o meu apoio a essa comunidade, o meu apoio à ocupação – porque aqui a gente não
está falando em invasores, como o Ver. Marcelo Sgarbossa colocou – não é de hoje,
não é deste dia – e não tenho que provar isso para V. Exa., pois eles sabem
disso.
E mais ainda: na eleição de 2014, no 1º turno,
apoiamos o então candidato Eduardo Campos, que, infelizmente, veio a falecer
num acidente, fazendo com que assumisse no lugar dele a então candidata Marina
Silva, para a qual demos o nosso apoio; e, no 2º turno, apoiamos o Aécio Neves,
porque nós, assim como uma grande parte da população, estamos cansados do que
está acontecendo, do que a gente vê todos os dias no noticiário a respeito dos
projetos do PT; projetos pessoais, projetos que não estavam em pauta hoje nesta
tribuna. O que a gente está querendo tratar são questões de moradia, um
problema que tem não só na cidade de Porto Alegre.
E quando V. Exa. coloca que eu apoiava a
Governadora Yeda, eu apoiei, sim, a Governadora Yeda, mas na questão do “Morro
é Nosso” eu estava à frente daquela luta. A meu convite, a comunidade foi
recebida no governo do Estado, senão jamais teriam sido recebidos. Como V. Exa.
não me conhecia e como V. Exa. não me conhece, V. Exa. não sabe da história.
Então V. Exa. pode subir o morro e perguntar quem estava à frente junto com
toda a comunidade, junto com os companheiros de luta quando nós brigávamos pelo
Morro Santa Teresa através do projeto “O Morro é Nosso”. Sigam firmes na luta
porque aqui não se trata de uma questão ideológica; estamos falando de um
problema social que atinge a comunidade de Porto Alegre. Enquanto o Governador
Tarso Genro não receber o Fórum das Ocupações eu vou, sim, cobrar isso. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra
para discutir o PLL nº 213/14.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Bom dia ao Presidente, aos Vereadores e às Vereadoras, e a esse povo
maravilhoso que me colocou aqui na Câmara de Vereadores. Em 2008, em minha
primeira fala, eu disse que minha bandeira seria a bandeira da inclusão social
para crianças, jovens, adolescentes, idosos, através da educação e do esporte.
E esse povo que aqui está quer ver o futuro dos seus filhos, da sua família,
quer ter a sua moradia, quer dar educação às crianças, ou seja, estão aqui para
que a gente possa construir uma Cidade e um país melhores. Eu estou bem
tranquilo porque não sou situação ou oposição, sou independente, e todo o meu
voto pela inclusão vai ser “sim”. Vou estar sempre junto com vocês à frente
desta bandeira. (Palmas.) Não quero aqui discutir voto de A ou B, ou de Partido
A ou B, o meu Partido é o PSD, e o Presidente do PSD me deu carta branca para
que eu possa decidir, com meu coração, o meu voto para o povo de Porto Alegre,
para essa Cidade que amo e que realizou todos os meus sonhos. E também quero
ver essa Cidade realizar o sonho de todos vocês e dos filhos de vocês. Sei que
vocês estão naquela euforia, assim como acontece no futebol, quando está
terminando o jogo e é preciso fazer o gol, por isso não vou usar todo o meu
tempo para que a gente possa fazer esse gol e o juiz terminar esse jogo.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para
discutir o PLL nº 213/14.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Bom dia, Sr. Presidente; bom dia, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores;
bom dia, público que nos assiste nas galerias. Quero, primeiramente, saudar a
luta de todos vocês pela moradia digna.
Fui Secretário Municipal de Obras e Viação. Nesta
Cidade nós temos muitas áreas, fruto de ocupações que ainda não estão
regularizadas. E isso precisa, Ver.ª Fernanda, ser suplantado. E não é incompetência
ou incapacidade de nenhum governo. Mas nós precisamos, sim, acelerar esse
processo de regularização. Logicamente que as dificuldades são enormes. Nós
temos a questão da propriedade, que o Vereador não pode alterar aqui nesta
Câmara, Ver. Villela, e que é um grande problema para a questão da
regularização. A gente sabe que quando, pela necessidade de moradia, as pessoas
acabam ocupando de uma maneira desorganizada, ficam depois, Ver. Ferronato, os
problemas de infraestrutura – esgoto, água, energia elétrica. E nós precisamos
que cada vez mais avance a participação da população pela moradia digna. E eu
quero aqui elogiar o Fórum das Ocupações, que foi para dentro do Orçamento
Participativo e hoje comanda a temática da habitação do Orçamento Participativo
que está fazendo 25 anos nesta Cidade.
Quero também elogiar todos os Vereadores da Casa,
que fizeram um grande esforço para que este Projeto pudesse ter um acúmulo de
consenso, Ver. Janta, e que nós pudéssemos construir coletivamente algumas emendas
que gerassem consenso para votarmos. Quero ler parte do que foi consensuado no
nosso Projeto. (Lê): “...Para a eficácia dos efeitos decorrentes da presente
Lei será obrigatória a análise e a aprovação da Comissão Técnica de Análise e
Organização Fundiária – CTARF dos necessários estudos ambientais e
urbanísticos, bem como risco hidrológico, a degradação ambiental e o litígio
judicial, e ainda a viabilidade econômica. II – Art....Para efetivação das
demandas habitacionais nas áreas descritas nesta Lei, as mesmas deverão ser
submetidas a deliberação e aprovação do Orçamento Participativo de Porto Alegre
[subemenda construída conversando com as Lideranças]; Parágrafo único: a
deliberação dar-se-á na Temática da Habitação, Organização da Cidade,
Desenvolvimento Urbano e Ambiental – HOCDUA.” E também à luz da legislação
vigente, se as áreas apresentadas na presente lei não forem adequadas para a
regularização fundiária, no ano que vem. A CUTHAB, a CEDECONDH, o Fórum das
Ocupações, o Orçamento Participativo e o Executivo Municipal apresentarão novas
áreas para análise.
Essa foi a
construção colegiada de todos os Vereadores desta Casa, oposição e situação,
caminhando no mesmo caminho para que se tenha mais moradia digna na Cidade.
Muito obrigado, e viva a nossa cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLL nº 213/14.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, abro mão do meu tempo para votar o mais rápido possível
para o povo ir para casa.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo a Subemenda nº 02 à Emenda nº 01, de
autoria dos Vereadores Engenheiro Comassetto, Mario Manfro, Cassio Trogildo,
Jussara Cony, Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol, ao PLL nº 213/14.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Engenheiro
Comassetto, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 01 e as Subemendas nos
01 e 02 à Emenda nº 01 ao PLL nº 213/14.
Apregoo o
Requerimento de autoria do Ver. Ver. Engº
Comassetto, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº
02 à Emenda nº 01 ao PLL nº 213/14 à apreciação das
Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr. Presidente, na verdade, eu falei com alguns Líderes, que, em função
do prazo para poder colocar a emenda, não circulou em todas as Lideranças a
assinatura desta última emenda, que coloca a questão da CUTHAB, da CEDECONDH,
do Fórum de Ocupações como instrumentos, os promotores de novas áreas. Então,
neste momento, eu gostaria de que se desse um minuto para que outras Lideranças
– o Ver. Clàudio Janta do Solidariedade já disse que assinaria, o Ver. Idenir
Cecchim do PMDB disse que queria assinar –, para que todos os partidos assinem
a emenda como forma de garantir que ela seja aprovada por unanimidade e
registrar o apoio desta Câmara ao projeto.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, na realidade, eu queria fazer uma proposta. Está bem
esclarecido que toda Casa quer resolver esse assunto, e eu queria pedir, para
que as pessoas que aqui estão possam se dirigir às suas casas e almoçar ainda
em casa, que se pare a discussão e se faça a votação de uma vez por todas.
(Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro, Ver. Idenir Cecchim.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Eu já retiro a inscrição para discutir em prol do próximo passo:
encaminhar a votação.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto abre mão de sua fala.
O SR. MARIO FRAGA: Falo em nome da
Bancada do PDT – Ver. Nereu D’Avila, Ver. Dr.
Thiago, Ver. Delegado Cleiton, Ver. Márcio Bins Ely e em meu nome – e abro mão também
em favor da votação.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Fraga abre mão de sua fala.
A SRA. JUSSARA CONY: A Bancada do PCdoB
está de acordo com a proposta do Ver. Idenir Cecchim. Vamos votar. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está encerrada a discussão. (Palmas.) Requeiro que
votemos em bloco a Emenda nº 01 ao PLL nº 213/14; a Subemenda nº 01 à Emenda nº
01; e a Subemenda nº 02 à Emenda nº 01.
Em votação o Requerimento
desta Presidência. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, o bloco composto pela Emenda nº 01 e Subemendas nº 01 e nº 02 à Emenda
nº 01 ao PLL nº 213/14. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM e 01 voto NÃO.
Em votação o PLL nº
213/14. (Pausa.) O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a
votação do PLL nº 213/14.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, nós
vimos aqui registrar, em nome de todas as Lideranças da Casa que construíram
esse entendimento, que nós vamos fazer um encaminhamento aqui, acordado com
todos, que o projeto de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro
Ruas – no entendimento de que é um tema de toda a Casa – fizemos um conjunto de
emendas para dar continuidade. E eu falo aqui como futuro Presidente da
Comissão de Transportes, Urbanismo e Habitação, junto com a futura Presidenta
da Comissão de Direitos Humanos, que a Casa assumiu, junto com o Executivo e
com os movimentos sociais, a continuidade desse processo, logo após a aprovação
do projeto. Obviamente, todas as Lideranças aqui, o Líder do Governo, o
Ferronato, assim como o Cassio, que ajudou a construir a emenda, a Ver.ª
Fernanda Melchionna e as demais Lideranças que aqui estão, entendemos que este
é um trabalho coletivo e votaremos favoravelmente ao projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
213/14.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Gente, eu
queria, então, encaminhar em meu nome em nome do meu querido companheiro, Ver.
Pedro Ruas, que também tem, na manhã de hoje, a última Sessão aqui nesta
Câmara, aprovando este projeto tão importante para a Cidade. Nós queremos,
primeiro, agradecer ao Fórum de Ocupações Urbanas e a luta permanente do povo
em defesa dos direitos à moradia. Queremos agradecer imensamente ao Instituto
dos Arquitetos do Brasil, à Cláudia, ao Rafael, aos estudantes do DCE, que
estiveram fazendo a demarcação dessas áreas de maneira militante, em prazo recorde,
protocolando nesta Casa um dos melhores projetos de AEIS, como falado pela
Diretoria Legislativa e pelos Vereadores e Vereadoras.
E, por fim, quero
agradecer pela mobilização, pela pressão, e pelo apoio de todas as Bancadas
para que este projeto seja votado e aprovado por unanimidade, e seja mais um
instrumento legítimo na luta pelo direito à moradia. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, quero registrar que este é um momento histórico
para a cidade de Porto Alegre. Tenho certeza de que este momento histórico teve
a participação e construção de todos os Vereadores desta Câmara de Vereadores,
mas, também, teve a construção coletiva das senhoras e dos senhores. Há poucos
instantes, vi uma criança de um ano e pouco que também já está nos ajudando
nessa construção.
Eu concordo que é um
projeto que se diferencia no Brasil. E tenham a certeza, aqueles que aqui
estão, de que nós, oposição, e eu falo em nome de Vereadores da situação,
conversamos bastante, nos reunimos bastante. Conversei com a Fernanda e o
Pedro, e quero dizer da importância que era uma construção coletiva, que
viabilize a lei hoje, que diz que a área é de interesse social, as áreas, mas,
também, viabilize uma construção para passos futuros maiores.
Portanto, vamos votar
favoravelmente, e queremos trazer o nosso abraço, e agradecer aos Vereadores da
base, aos Vereadores da oposição, e a todos vocês que estão aqui: crianças,
jovens e adultos. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Cassio
Trogildo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14.
O SR. CASSIO TROGILDO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, quero, também, em nome da Bancada do PTB – Paulo
Brum, Elizandro Sabino, Alceu Brasinha e este Vereador –, agradecer a todas as
Lideranças partidárias, a todos os Vereadores, tanto a Emenda quanto as
Subemendas foram construídas coletivamente, nesta Casa. Agradeço, também, às
Lideranças que tiveram calma, paciência, souberam nos ouvir, dialogar. E nós,
com certeza, estamos aqui, também, fazendo uma homenagem ao Ver. Pedro Ruas,
que está se despedindo no dia de hoje, indo para a Assembleia Legislativa,
construindo um projeto de Áreas Especiais de Interesse Social, que é possível
se discutir dentro do Executivo para avançar na luta da moradia nesta Cidade.
Um grande abraço e parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14.
A SRA. JUSSARA CONY: Em nome da Bancada do
PCdoB, do Ver. João Derly, em meu nome, e em nome, fundamentalmente, da luta do
povo, eu creio que, hoje, nesta Câmara Municipal, nós mostramos o que significa
a amplitude e a unidade. Então, eu quero cumprimentar todos os colegas, a
começar pela Fernanda e pelo Pedro, cuja Bancada foi originária deste projeto e
dizer que essa amplitude e essa unidade foram possíveis, antes de mais nada,
pela luta do povo de Porto Alegre, daqueles que são os verdadeiros artífices da
construção de uma cidade. Tem uma frase que eu nunca esqueço de um velho e
digno comunista, João Amazonas: “Unidade do povo, bandeira da esperança e chave
da nossa vitória!”
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, estou
falando, na verdade, aqui, em nome de quatro Vereadores que me pediram para
falar aqui que esta Casa demonstra, hoje, que, quando ela quer, ela consegue;
quando ela quer, ela constrói; quando ela quer, ela está ao lado do povo. O
Ver. Pedro Ruas sai desta Casa aprovando um projeto de extrema necessidade para
o povo desta Cidade, um projeto que, na CUTHAB, nós vimos o quanto ele lutou
para que esse povo tivesse o direito digno à moradia.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Any
Ortiz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14.
A SRA. ANY ORTIZ: Presidente Mauro, em
primeiro lugar eu quer dizer que, pessoalmente, eu fico extremamente feliz, no
nosso último dia de votação do ano, no meu último dia de votação dentro desta
Casa, em poder votar e ajudar a aprovar esse projeto. Falo também como
Vereadora da base do Governo, porque, independentemente de base ou de oposição,
acho que o que a gente conquistou, hoje, aqui, com essa unidade em prol de uma
justa luta, é uma vitória da Câmara de Vereadores, é uma vitória da cidade de
Porto Alegre, uma vitória de toda essa comunidade que está aqui, hoje, com a
gente. Parabenizo, mais uma vez, a Fernanda Melchionna e o Pedro Ruas pelo
projeto, pela luta de vocês junto da comunidade, sempre. E quero dizer que
independentemente de sermos situação ou oposição, quando a luta é justa, temos
que estar junto com o povo. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Waldir
Canal está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14.
O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, em
nome da Bancada do PRB – em meu nome e em nome da Ver.ª Séfora Mota –,
parabenizo o Ver. Pedro Ruas e a Ver.ª Fernanda Melchionna, e quero dizer que
este projeto é da Cidade. Tenho certeza de que nós estamos aqui concluindo uma
votação importante, em que a dignidade da moradia tem que ser levada a sério na
nossa Cidade. A Câmara de Vereadores cumpre com o seu papel; todos nós,
Vereadores, estamos sensíveis à causa e à necessidade de aprovação deste
projeto. Portanto, os nossos votos – o voto da Ver.ª Séfora Mota e o meu – são
favoráveis, porque esta é uma luta do povo da cidade de Porto Alegre. Parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Professor
Garcia reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14, pela
oposição.
O SR. PEDRO RUAS: Eu quero agradecer
muito, Vereador, pelas palavras de todos. Não poderia haver homenagem maior do
que a aprovação deste projeto, neste encerramento de cinco mandatos na Câmara
Municipal. Quero registrar o trabalho extraordinário e brilhante da Ver.ª
Fernanda Melchionna e o apoio de todas as Bancadas – Ver. Mario Fraga, Ver.
Cassio Trogildo, Ver. Idenir Cecchim –, sem exceção. Quero falar em nome do
Juliano Fripp e agradecer a todos os que estiveram aqui. Encerrando,
Presidente, pedindo a aprovação, obviamente, lembro que, depois deste projeto,
há um do Executivo Municipal e há um terceiro, sobre o transporte
coletivo na Cidade. Se puderem ficar, será uma honra e será importante para a
aprovação. Um abraço a todos! Muito obrigado!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/14.
O SR. MARIO FRAGA: Falo em meu nome e em
nome dos Vereadores Márcio Bins Ely, Nereu D’Avila, Delegado Cleiton e Dr.
Thiago. Quero dizer que, há dois meses, quando a Ver.ª Fernanda e o Ver. Pedro
apresentaram o projeto, eu disse para a Ver.ª Fernanda que nós daríamos um
jeito, naquele dia. A Ver.ª Fernanda sempre confiou em mim, e, hoje, através do
Ver. Cassio Trogildo, do Ver. Airto Ferronato e do Ver. Paulo Brum, as
Lideranças do Governo Fortunati disseram “sim” ao projeto. Então vamos à
votação!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Paulinho Motorista está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
213/14.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Para mim, é um
prazer estarmos aprovando este projeto hoje. Em 2014, fui
Presidente da CUTHAB e, graças a Deus, atendi a todos, todas as comunidades que
nos procuraram foram atendidas por mim junto com os outros cinco Vereadores.
Todos os pedidos foram atendidos. Vimos o sofrimento das pessoas, às vezes,
sendo despejadas no dia seguinte, e nós correndo atrás. Nós fomos aonde
precisava, ao departamento que fosse, conversamos com Lideranças e sempre
chegamos a um acordo para que eles conseguissem ficar. Para mim, é uma
satisfação que este projeto esteja sendo aprovado hoje. Provamos que aqui não
tem situação ou oposição, somos do povo e temos que trabalhar pelo povo cada
vez mais nos próximos anos, em 2015, em 2016. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, o PLL nº 213/14. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 31
votos SIM.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente,
entrego a V. Exa. minha justificativa de voto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2759/14 – PROJETO
DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 013/14, que inclui § 3º no art. 17-A, altera o caput e o §
2º do art. 66-A, revoga os §§ 3º e 4º do art. 66-A e altera o § 3º do art. 68,
todos da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que institui e
disciplina os tributos de competência do Município –; revoga a al. f do
§ 2º do art. 18, altera o § 3º do art. 26 e inclui § 6º no art. 26, todos da
Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989 – que institui e disciplina o
Imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e
de direitos reais a eles relativos –, dispensando o Executivo Municipal de
efetuar lançamentos por descumprimento de obrigações acessórias em relação ao
IPTU e TCL relativos às economias a que se refere, dispõe sobre o limite para a
dispensa do Executivo Municipal de ajuizar ações de cobrança da Dívida Ativa e
dispõe sobre compensação. Com Emenda nº
01.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, e CEDECONDH.
Relator-Geral Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº
01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos
membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 15-12-14.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o
PLCE nº 013/14. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLCE nº 013/14.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; eu queria chamar atenção para o fato de
que, na última Sessão do ano, às vezes passam coisas que não deveriam passar,
pelo menos não com a profundidade que elas merecem. Vejam, nós estamos aqui discutindo
um projeto de lei – fiz um estudo rápido – que me causa, no mínimo, estranheza.
A Prefeitura está querendo dispensar o lançamento de tributos, as obrigações
acessórias ao IPTU e à Taxa de Recolhimento de Lixo, quer dispensar de
lançá-las até dezembro de 2016. Dispensar o lançamento das obrigações
acessórias ao IPTU e à Taxa de Recolhimento de Lixo.
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Não está dito aqui,
Vereadora! Quais são as obrigações acessórias não sabemos, impacto financeiro
não sabemos. Mas, no mínimo, é curioso que o Executivo mande para cá, Ver.
Mauro, um projeto que dispensa o lançamento de tributos. Até aí entendemos que
pode ser para as questões das ocupações. Isso, em princípio, pode gerar uma sensibilidade
do Executivo em não cobrar das economias de ocupações. Mas por que dezembro de
2016? Essa é a pergunta. Nós teremos uma eleição em outubro de 2016 e, talvez,
um segundo turno em final de outubro ou novembro. Imediatamente, no mês
seguinte, aí, sim, poderão ser lançados os tributos, Ver. Villela.
Eu gostaria de ouvir
dos representantes do Governo o porquê dessa data, por que esse prazo logo
depois das eleições. Há aí alguma tentativa de não ter o ônus político de fazer
esses lançamentos antes das eleições? Essa é uma das dúvidas. Depois, há outras
mudanças aqui. Fala em compensação de créditos não tributáveis. Quais seriam
esses créditos? Fala aqui numa operação de dispensa da cobrança, que sai de 2
mil Unidades Financeiras Municipais para 500, ou seja, começam a fazer cobrança
numa tabela abaixo – hoje, 2 mil, e passará para 500 UFMs. Significa que
cobrarão dívidas menores. Qual é o sentido disso?
Geralmente nós
subimos à tribuna para expor uma posição. Eu estou subindo para expor dúvidas!
Gostaria de que os representantes do Executivo viessem aqui esclarecer porque,
pela justificativa do projeto de lei, não é possível entender a complexidade da
situação. É um pedido que faço, não vou tomar todo o tempo, mas deixo um
convite para que os Vereadores da base do Governo, o Ver. Ferronato, não sei se
vai poder explicar, mas faço uma pergunta específica: por que o prazo de
dezembro de 2016 para os lançamentos das obrigações assessórias referentes à
IPTU e... (Pausa.) Então, Ver. Airto Ferronato, que deve justificar aqui a
posição do Governo, ou os Vereadores da base do Governo, uma pergunta
objetivíssima: por que dezembro de 2016? Por que não alguns meses antes? Por
que não agora? Por que não depois de dezembro de 2016? Há algum motivo para
isso? Porque o que temos, de fato, certo é que, em outubro de 2016, teremos
eleições. E aqui, no primeiro olhar, não tem como não pensar que o Executivo
não quer o ônus de cobrar antes das eleições. O mérito até podemos entender:
aqui fala não cobrar as obrigações acessórias em ocupações, com isso nós
concordamos. Mas o prazo com que parece que o Executivo não quer ter o ônus,
esse, sim, é importante. Que o Governo assuma, então, essa posição. Vamos
lançar isso: temos dúvidas se não querem ter o ônus de ser Executivo e, portanto,
deixam para o mês seguinte às eleições de 2016. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para discutir o PLCE nº 013/14, por cedência de
tempo do Ver. Valter Nagelstein.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
agradeço ao Ver. Valter pela cedência de tempo que usarei para responder a uma
questão do nosso Ver. Marcelo Sgarbossa. O projeto trata de três temas relativamente
simples, que beneficiam o cidadão e a cidadã de Porto Alegre. Em primeiro
lugar, até 2016, o Executivo não irá cobrar multas ou lançamentos por infrações
acessórias. O que quer dizer isso? O contribuinte pagou o imposto, e, por uma
questão ou outra, se equivocou no papelório. A obrigação acessória é aquela que
não decorre de pagamento de dinheiro, trata de burocracia. Portanto, Ver.
Marcelo, nós estamos propondo ao Executivo que não se cobre isso por uma série
de questões, inclusive da que já existe, até 2016, em primeiro lugar, uma lei
que inviabiliza ou que permite a não cobrança de imposto para outros assuntos.
O ano de 2016, na minha visão, é bastante democrático, porque não se cobra
agora, e o próximo Prefeito, quando entrar, pode apresentar a não cobrança
novamente, eu vejo como extremamente positivo.
A segunda questão é a multa, existem direitos do
Executivo, créditos tributários, que decorrem de tributos e não tributários,
outros créditos. O que diz a proposta aqui? Nós vamos autorizar o Executivo a
compensar. Se o contribuinte deve imposto de 100 e tem em haver 80, nós estamos
autorizando que ele pague apenas 20, porque todos nós conhecemos o débito
tributário, que, obrigatoriamente, tem prazo, Ver. Janta, mas os demais, não!
Então, é bom para o cidadão de Porto Alegre, se ele tem um crédito de 70 e deve
80, estamos autorizando que ele pague apenas 10. Portanto, eu vejo isso como
bastante interessante para a cidade de Porto Alegre. Foram essas as duas
indagações do nosso querido Ver. Marcelo, e por isso estamos aqui para tentar
mostrar a importância deste projeto. E os pequenos créditos são sempre em
decorrência de ajuizamento por parte do Executivo e que, na maioria das vezes,
causam mais despesas para o Executivo do que o valor da receita que ele se
propõe a cobrar. Portanto, também em tese, isso gera direitos para Porto
Alegre, pois continua sendo cobrado administrativamente. E não se impõe ao
Executivo entrar na justiça, gastar mais do que ele tem a receber. Era isso e
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLCE 013/14, por cedência de tempo da Ver.ª Lourdes Sprenger.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não podia deixar
de vir a esta tribuna, até mesmo porque pedi o adiamento da discussão deste
projeto por uma Sessão. Pedi que a Secretaria da Fazenda me mandasse um
relatório através de e-mail, mas ela
fez mais que isso: mandou-me um relatório completo, de 2008 até agora,
mostrando que essa emenda que prorroga para 2015 as atividades de
beneficiamento e prorroga – espero que para sempre – as atividades gráficas,
que são os códigos nº 2.11.05 e 2.13.03. O que eu queria pedir na semana
passada e volto a pedir hoje? Com relação a este projeto, tenho certeza de que
a Fazenda vai se comprometer a encaminhar, já no começo desse próximo ano, para
que seja feita uma lei definitiva para esse setor, para que não precise, todos
os anos, chegar aqui e fazer uma emenda ou pedir prorrogação. É um setor que
está sofrendo concorrência quase que desleal. Não é desleal porque os outros
Municípios cobram imposto a menos, cobram a metade e até menos do que nós
cobramos em Porto Alegre.
Então, Ver. Mauro Pinheiro, é nossa obrigação
aprovar este projeto e esta emenda. Mas tenho certeza de que a Secretaria da
Fazenda, já no início do próximo ano, encaminhará um projeto para que seja uma
lei definitiva para as gráficas que prestam serviço em Porto Alegre e para que
mais gráficas venham para cá, se for possível. Se depender do imposto, que
venham mais, nós queremos é baixar o imposto para que as gráficas possam
realizar aqui em Porto Alegre e não nos Municípios vizinhos: Eldorado do Sul,
Canoas, Viamão, em todos os lugares, menos em Porto Alegre, porque aqui o
imposto é caro! Está demonstrado nessa planilha que baixando o imposto, o
Município arrecada mais, dá mais emprego e os empresários – Ver. Pujol –
conseguem investir mais aqui em Porto Alegre. Então, eu queria pedir para que
os Vereadores, meus colegas, aprovem esta emenda e que no início do ano todos
nós, junto com a Secretaria da Fazenda, façamos uma lei que seja definitiva,
para que não precisem, todos os anos, os empresários virem aqui, praticamente
com pires na mão, pedir a prorrogação. Acho que esta é uma obrigação e um dever
do Município de Porto Alegre com um setor que está sufocado pela concorrência,
que paga muito menos imposto em outros Municípios. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PLCE nº 013/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores
construtores da cidade de Porto Alegre aqui presentes, quero dizer que a nossa Bancada,
do Partido dos Trabalhadores, votará favoravelmente ao projeto, mas quero fazer
algumas ressalvas. Discuti, há pouco, com o representante da Fazenda, o prezado
Jackson, que o projeto traz no seu conteúdo uma análise, hoje, de
desburocratização da cobrança de um conjunto de tributos vencidos, do qual o
valor venal é tão baixo, que o Poder Público municipal gastaria mais cobrando
do que fazendo a isenção. Nesse sentido, está correto fazer um trabalho de
adequação burocrático-administrativa, que precisa de um aval político. Quero
registrar que nós temos, sim, o aval político, mas cobramos do Jackson, há
poucos minutos, assim como dialoguei com o Prefeito Fortunati e com o
Vice-Prefeito Sebastião Melo, que estavam aqui, que a Cidade precisa de uma nova
avaliação do seu desenvolvimento na totalidade do Município de Porto Alegre,
porque nós temos 40% da Cidade irregular e aqueles que querem se regularizar,
não o conseguem porque a burocracia da aprovação de projetos impede. Então, nós
votamos aqui e aprovamos a criação de uma secretaria específica, que é o
Inovapoa, e que lá tenha o Caadhap e o CETAP para resolver isso, pois não será
pela lei aprovada ou pelas pessoas que lá estão, mas pela sistemática que não
foi reformulada na Prefeitura. Há uma confusão. Os projetos lá chegam, com 50
técnicos, um de cada Secretaria, cada um põe embaixo do braço e devolve para a
Secretaria. Chegando na Secretaria, lá há 1001 atividades, não conseguem
analisar e os projetos param; as regularizações urbanísticas, as regularizações
de alvarás, ficam todos trancados. E o que acontece? Vai lá o fiscal, multa e
estabelece, muitas vezes, relações nada republicanas no que diz respeito à
tentativa da regularização, ainda permanecendo um conjunto da comunidade que
mora na periferia. A periferia da Cidade é toda irregular: Lomba do Pinheiro,
Rubem Berta, Restinga, Lami: temos 750 comunidades que são ocupações que não
estão regularizadas; e se não está regularizada, não tem regime urbanístico; e
se não tem regime urbanístico, não tem habite-se; se não tem habite-se, não tem
alvará; e se não tem alvará, trabalham na irregularidade. Precisamos resolver
isso. Não é por falta de lei, existe legislação. Aguardamos do Executivo,
prezado Nedel, um projeto que regularize a Cidade e atualize os valores, para
que possa a Cidade ganhar e as pessoas que querem trabalhar corretamente possam
trabalhar corretamente e honestamente, pois a maioria assim o são.
Segundo ponto: a emenda apresentada, sob o ponto de
vista da indústria gráfica de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul... Por que
falo aqui em Porto Alegre e Rio Grande do Sul? Porto Alegre não é uma ilha, nós
temos em Porto Alegre em torno de 800 empresas gráficas que aqui atuam, mas se
o ISSQN de Porto Alegre for 5%, e em Eldorado do Sul, Guaíba, Cachoeirinha,
Gravataí for 2%, 2,5%, para onde estão indo essas empresas? Para a periferia!
Essa é a velha questão da guerra fiscal. Precisamos não só entender que a
votação e aprovação desta emenda está correta – e aqui cumprimento o Presidente
do Sindicato das Indústrias Gráficas do Rio Grande do Sul, Ângelo – e que é
justa essa reivindicação, até porque ela já existe, estamos só revalidando. Mas
não queremos só discutir imposto, queremos discutir um projeto de
desenvolvimento para a cidade de Porto Alegre onde todos aqueles que aqui
produzam possam se sentir confortáveis e não precisem, de ano em ano, estar
aqui debatendo, e, muitas vezes, ficando na insegurança e na incerteza.
Registro que o nosso voto será favorável ao projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo a Emenda nº 02, de autoria dos Vereadores
Idenir Cecchim e Valter Nagelstein, ao PLCE nº 013/14.
Apregoo o
Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein, solicitando dispensa do
envio da Emenda nº 02 ao PLCE nº 013/14 à apreciação das Comissões, para
Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Márcio Bins
Ely está com a palavra para discutir o PLCE nº 013/14.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia, na pessoa de V. Exa. quero
cumprimentar os demais Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste nas
galerias, pela TVCâmara, senhoras e senhores.
Realmente, nos parece que este é um projeto de lei
que vem com o objetivo de dar uma carência para organizar um pouco mais a
questão das pessoas que têm dívidas de IPTU com a Cidade. Especialmente no art.
1º, nós percebemos aqui uma flexibilização das dívidas até R$ 70 mil. Acho que
isso é um ponto positivo. Então, falando em nome da Bancada do PDT, nos parece
que este é um bom projeto para a Cidade.
Esse exercício que é feito aqui, especialmente
pelos Vereadores que me antecederam – o Nedel, que está capitaneando, o Ver.
Pujol, o Ver. Idenir –, com relação a essa avaliação, eu não digo só para os
serviços gráficos, mas de um modo geral, quero concordar com esse
encaminhamento. Porque lá em 2008, quando nós tínhamos um imposto de 5%, a
nossa arrecadação era 1,5. O que é que aconteceu? Quando Porto Alegre reduziu o
imposto para 2,5%, e isso passou a vigorar a partir de 2009 – então nós temos
2009, 2010, 2011, 2012, 2013 para avaliar; são cinco anos –, já no primeiro ano
aumentou para 2. Em 2011, foi quase a 3; e em 2012 e 2013, foi quase R$ 4,5
milhões de arrecadação. O que é que isso quer dizer, Prefeito Villela? Que a
indústria gráfica voltou para Porto Alegre.
Então, não adianta termos do outro lado da ponte,
ali em Canoas, em Glorinha, ou aqui na volta, um imposto mais barato, e cobrar
5% aqui em Porto Alegre, que a nossa arrecadação diminui. Em vez de arrecadar
quase 5, vamos arrecadar 1,5, porque o pessoal vai colocar a matriz do outro
lado da ponte. Então acho que estamos aqui agindo com inteligência. Quero
cumprimentar a Fazenda, pois fez um exercício com o setor gráfico, ficou cinco
anos analisando o mercado. Comprovou-se que é melhor para a cidade, que gera
emprego e renda em Porto Alegre, para os porto-alegrenses, vai lá, pega a
exceção e transforma em regra, e é isso que nós estamos fazendo. Estamos
transformando a exceção em regra. Nós abrimos uma janela de cinco anos para
avaliar, tivemos a comprovação, através dessa avaliação, que é bom para a
cidade, e, agora, vamos homologar. Passa a vigorar o 2,5% ad aeternum, sem precisar uma revalidação, sem precisar um período
de interrupção, ou sem retornar para a nova avaliação.
Então quero cumprimentar aqueles que tiveram a
sensibilidade de coordenar e organizar essa iniciativa para o bem da cidade,
para o bem do setor gráfico. Da nossa parte, eu sei que ainda não estamos no
encaminhamento, estamos discutindo, mas temos certeza que a Bancada do PDT deve
encaminhar e votar a favor deste projeto, para o bem da cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
discutir o PLCE nº 013/14, por cedência de tempo do Ver. Nereu D'Avila.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, quero saudar a presença dos nossos amigos,
representantes da indústria gráfica e dizer da importância desse setor para
Porto Alegre, para a nossa economia. Saúdo o Ângelo Gabarski, o Evandro - são
sempre muito bem-vindos à Câmara. E digo que o Ver. Márcio Bins Ely tem razão,
Ver. Guilherme Socias Villela, nós devemos trocar imposto, e não fizemos só
isso na indústria gráfica. Na questão do telemarketing,
nós temos que lembrar que nós votamos uma legislação que trocou emprego por
imposto. É um escalonamento, ela diz: “A empresa que gerar 2.000 empregos, paga
5% de ISSQN; a empresa que gerar 2.001, paga 4%; a empresa que gerar 3.001,
paga 3%; a empresa que gerar mais de 4.000, paga 2%.” Ou seja, quanto mais
emprego ela gera em Porto Alegre, menos imposto ela paga. Então, essa é uma
legislação que ficou, naquele momento, restrita ao telemarketing, mas que deve ser, obviamente, acompanhada dos
devidos estudos, estendida para outros seguimentos da economia da cidade. Essa
é uma das formas mais importantes que o Governo tem de estimular o
desenvolvimento econômico.
Eu só quero observar aos Vereadores o seguinte: há
multas, Ver. Vilella, que a municipalidade aplica e que não têm eficácia. Eu
vou dar um exemplo, que as pessoas, às vezes, não se apercebem: nós instituímos
neste ano, no Código Municipal de Limpeza Urbana, a multa do lixo, que pode ser
antipática, vista sob um aspecto, mas, por outro lado, importante como
ferramenta de educação, não tem eficácia hoje. Se o Ver. Kevin Krieger, se o
Ver. Paulinho Motorista, se o Ver. Reginaldo Pujol tomarem uma multa porque
produziram lixo, porque jogaram cascalho na frente da sua casa, porque, enfim,
foram irresponsáveis com a Cidade e receberam uma multa hoje, essa multa não
tem eficácia, porque, infelizmente, a Prefeitura não dispõe de meios para fazer
com que essa multa seja cobrada. No rol das hierarquias das cobranças da dívida
ativa, entram outras questões muito mais importantes à frente, e não se tem
sequer estrutura administrativa e jurídica para fazer cobranças dessas
questões.
Não é só o caso dessa multa, as multas do Procon
também. Os bancos também são useiros e vezeiros em descumprir a lei, Ver.
Márcio Bins Ely, da espera das filas. As pessoas ficam 45 minutos, 50 minutos,
uma hora na fila do banco, aí vai lá o Procon e aplica a multa. Essa multa,
Ver. Paulo Brum, Ver. Sabino, não tem eficácia, porque ela vai lá, para fins de
autuação, e depois, se não quer pagar, não paga. As multas da SMAM, da SMURB,
da antiga SMOV, relativas às edificações irregulares – o cidadão não pediu
autorização para a Prefeitura, fez um puxadinho, não justifica, não tem amparo
legal, tem que pagar uma multa –, não têm efetividade, Gil Almeida. As multas
são aplicadas, simplesmente, para fins escriturários, e nada acontece! Tem que
ter uma forma, Ver. João Carlos Nedel, de quando essa multa for aplicada... A
multa do fumo é o mesmo caso: os caras não respeitam a legislação – sua, da
Câmara –, recebem tantas multas, e, no final do ano, renovam o alvará, e as
multas... Então, para que serve a multa? Para que serve? Serve para nada.
Nós temos que ter uma forma, de quando forem
realizadas essas operações, de ter uma negativa ampla da Prefeitura Municipal.
O cidadão quiser botar uma mesa na rua, ele tem que ter um limite. Eu sempre
digo o seguinte: a Cidade é um condomínio, onde o direito do Valter termina
onde começa o direito do Idenir Cecchim. Nós temos que começar a respeitar
esses direitos. Essas multas têm uma razão de existir, ou então a gente acaba
com todas as multas, porque elas não podem ser simplesmente para fantasia.
Então, eu estava propondo aqui, e a representação
da Fazenda pediu que retirasse a juntada de uma negativa para fins de entrega
dessa certidão do ITBI junto a uma negativa, e a Fazenda vai lá e homologa. Aí
eles me pediram que não, que retire essa emenda, porque ainda não há forma de
fazer isso. Mas para fins de agilização, então eu concordo em retirar a emenda.
Só quero deixar um alerta, Sr. Presidente: nós
temos que acabar, porque essa é a nossa função como Vereadores aqui também, com
esse jogo de enganação; ou se acabam todas as multas da Cidade, e a multa não
existe para nada – porque também sou contrário àqueles que querem criminalizar
todos os fatos sociais, também temos que ter cuidado com isso; ou, por outro
lado, a gente dá efetividade às multas, obedecendo ao princípio da ampla
defesa, ao princípio da formalidade, enfim, a todos os princípios do direito,
quando bem aplicadas, as multas precisam, Ver. Nereu, ser respeitadas, com um
prazo de defesa, que o cidadão vá lá se defenda e tudo, mas ela precisa ter
efetividade. E, mais do que isso, é uma forma também de punir aquele mau
cidadão, Ver. Fraga, e fazer com que esse recurso retorne para a Prefeitura
para que a gente consiga fazer bons serviços públicos, como um bom
ajardinamento ou uma boa capina. Enfim, isso tudo ajuda quando for o caso, na
própria arrecadação municipal.
Então é um alerta que fica e o compromisso de a
Secretaria Municipal Fazenda, assumindo aqui, encaminhar um projeto de lei – e
eu vou cobrar esse encaminhamento –, para que essas questões sejam enfrentadas
agora, no ano que vem, para que cada vez que a Prefeitura tiver que homologar
uma transmissão dessas tenha de vir acompanhada de todas as certidões
negativas: do Procon, de tudo, uma certidão unificada! Porque se alguém tem uma
dívida lá, ou se defenda daquela dívida, ou que vá lá e pague então! Senão, eu
volto a dizer: é um mundo de fantasia, nós estamos nos enganando, estamos
enganando as pessoas e, acima de tudo, não estamos cumprindo a nossa obrigação
aqui como edis, que é fazer com que os instrumentos da municipalidade,
especialmente esse tipo de instrumento, que é pode ser educativo também, venha
a funcionar. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo e defiro o Requerimento, de autoria do
Ver. Valter Nagelstein, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 02 ao
PLCE nº 013/14.
Apregoo a Emenda nº 03, de autoria da Bancada do PT
e do Ver. Clàudio Janta, ao PLCE nº 013/14.
Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon, solicitando a dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLCE nº 013/14 à
apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria da Ver.ª Sofia Cavedon.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Srs. Vereadores, sobre a emenda que a Ver.ª Sofia está propondo, com
desconto de 15% de IPTU para quem faz o conserto na calçada, em primeiro lugar,
fazer o conserto na calçada é obrigação do proprietário, não tem que ter
desconto de IPTU. E, em segundo lugar, um desconto de 15% do IPTU, essa é uma
questão de renúncia fiscal, nós não podemos votar dispensa de envio para uma
Comissão para ser analisada, inclusive, do aspecto da repercussão econômico
financeira, com um desconto de 15%.
Então, eu estou requerendo que uma emenda dessa
natureza seja discutida, no mínimo, pela Comissão de Economia e Finanças. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu queria salientar exatamente
nessa linha. Não conceder o que é requerido pela Ver.ª Sofia, que não seja
enviado às Comissões, implica em parar o projeto, porque, se vai para as
Comissões, quando voltará? E enquanto não voltar, o projeto não pode ser
votado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, o Requerimento da Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 26 votos SIM, 01 voto NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª
Sofia Cavedon, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 03 ao PLCE
nº 013/14.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLCE nº 013/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, não podia me furtar de discutir
essa matéria até porque esse projeto foi protocolado aqui na Casa no dia 27 de
novembro de 2014. Na semana passada, vários projetos foram votados aqui nesta
Casa, e, para alguns deles, foi usado o argumento de que nós, no apagar das
luzes, estávamos apresentando projetos. Imaginem o que dizer desse então! Agora
mesmo o Valter disse que nós não podíamos abrir mão de receita, então como é
que entra um projeto aqui abrindo mão de receita? Eu sou um que defende a
redução de impostos, vários colegas vieram aqui dizer que é importantíssimo nós
reduzirmos os impostos, mas, logo mais, nós votaremos um projeto que, na
linguajem popular, vai atolar os pequenos empresários em Porto Alegre com uma
alta carga tributária, proposta pela Prefeitura. O Ver. Comassetto, na semana
passada, fez uma exposição aqui sobre a sujeira urbana e agora vai aprovar um
projeto que está abrindo mão da taxa de lixo! Ora, nós vamos aprovar um projeto
cuja isenção é de R$ 70 mil, e, aí, quando a gente pede dinheiro para a saúde,
quando a gente pede dinheiro para a educação... Tem uma escola aqui que a
Prefeitura quer fechar, como vimos na semana passada. Não tem dinheiro, e a
Prefeitura está abrindo mão de receitas, sem poder abrir mão, em razão do
período eleitoral, e não diz quanto é essa receita, não diz para quem é essa
receita. Muito estranho! É estranho demais, no apagar das luzes, aparecer com
um projeto desses. Estranho demais! Também não diz quem vai se beneficiar. E aí
faz uma correria dessas. Se é para beneficiar o povo pobre, por que não,
simplesmente, abre mão? Que seja feito um projeto de lei, aqui, isentando as
pessoas de pagarem, então, esse IPTU. Agora, abrir mão da taxa de lixo? Uma
hora, o Governo não pode abrir mão de arrecadação; outra hora, pode; uma hora,
o Governo não pode ceder; outra hora, o Governo tem que ceder; uma hora, o
Governo não pode mandar investimento embora; outra hora, o Governo quer
remunerar até os camelôs; uma hora, o Governo não pode – e não deve – onerar
quem produz; outra hora, o Governo quer ir na jugular do empreendedor. Eu não
entendo esse desgoverno, que não tem dinheiro para as políticas públicas e quer
isentar – como foi dito aqui pelo Líder do partido do Prefeito – em até R$ 70
mil. Setenta mil não é dinheiro? Mas quantas pessoas vão ser beneficiadas com a
isenção de R$ 70 mil? Quantas pessoas vão ser beneficiadas com a isenção de R$
6 mil, R$ 15 mil, 30 mil, 40 mil? Quem são essas pessoas que serão
beneficiadas? Como bem disse o Marcelo, aqui, até as eleições de 2016, quem
serão os beneficiados? E aí, depois, nas doações de campanhas, talvez vejamos
esses beneficiados, como estamos vendo, agora, os beneficiados com o dinheiro
do BNDES.
Eu acho que este projeto deveria ser discutido
amplamente por esta Casa e em suas Comissões. Este projeto deveria dar uma
isenção definitiva para as pessoas que precisam de isenção mesmo, para as
pessoas realmente pobres da nossa Cidade, que
precisam de isenção, e não apresentar, no apagar das luzes, um projeto que abre
mão de receita do Município. Ele foi discutido em uma comissão conjunta, sequer
foi analisado pelas comissões importantes, e será votado hoje, no afogadilho!
Acho que o Governo deveria retirar esse projeto para discuti-lo com mais
seriedade, já que o Governo está abrindo mão de arrecadação que poderia ser
investido na assistência social, na saúde e na educação.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 013/14.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero destacar uma parte do projeto, que é o
tema das gráficas. Eu estou inclusive surpresa com o fato de que a redução, que
trabalhamos no outro ano, seja anual. Acho que isso é um equívoco, deveríamos
resolver, e isso não pode ser prejudicado pelo restante do debate. Temos que
construir aqui como vamos manter esse estímulo a esse setor. Essa é a minha
opinião e é a opinião da Bancada do PT.
De outro lado, tem
uma observação importante que quero trazer aqui. Eu recebi uma explicação sobre
lançar multas para valores venais baixos. Eu gostaria de dizer que R$ 70 mil de
valor venal não é baixo, é alto! Porque o valor venal é muito baixo em relação
ao valor dos imóveis. Verifiquem o valor dos seus imóveis no seu IPTU, por
favor! Com certeza, há imóveis de Vereadores dentro dessa faixa. Não me parece
ser uma faixa popular, uma faixa para quem, de fato, precisa de um estímulo, no
sentido de não pagar multa. Esse valor venal, Ver. Cecchim, pega uma faixa de
quem pode pagar em dia os seus impostos. Posso afirmar isso pelo comparativo
que vejo dos valores venais dos apartamentos. Então, acho que valeria à pena os
representantes do Governo reduzirem. Se é o caso de estimular, que venham pagar. Vereador
Airto, reduzir esse valor venal até R$ 50 mil, no máximo. E abriríamos menos
mão de receita, favoreceríamos os trabalhadores, aqueles quem têm apartamentos
pequenos e localizados mais fora do Centro.
Eu queria aproveitar e falar sobre a emenda que eu
e o Mauro construímos. Eu chamei o Mauro e disse: Mauro, o IPTU são 12% na
antecipação – interessa ao Município antecipar, é bom porque os munícipes
priorizam no 13º e, possivelmente, não serão devedores depois, porque, às
vezes, quando parcela, não consegue pagar. No entanto, o IPVA chega a 27%. Como
chega? Chega com estímulos ao bom condutor, ao bom motorista. E nós sabemos que
o problema da calçada é um problema crônico na cidade de Porto Alegre – crônico
e grave –, porque ocorrem acidentes, há falta de acessibilidade, problemas
sérios com idosos, com pessoas com deficiência, com todas as pessoas. E as
pessoas vão deixando, deixando a calçada como a última coisa que vão fazer
porque, afinal, não é sua, é meio coletiva. Então nós pensamos juntos – o Mauro
que é da área mercadista me ajudou a pensar –, e o Janta assinou. É uma emenda
coletiva para refletirmos. Nós estamos propondo que o Governo venha
regulamentar, senhores, um desconto que poderá ir até 15% – nós não dizemos de
quanto. Então, a partir de uma regulamentação, mediante conserto, manutenção,
realização de calçada, no desconto do IPTU antecipado. É uma possibilidade para
o Município regulamentar, criar um programa de incentivo para manutenção das
calçadas. Parece-me um investimento muito importante na qualidade de vida da
nossa Cidade, no embelezamento da nossa Cidade, é um estímulo aos contribuintes
que poderão se interessar – e muito mais – e pagar antecipadamente o IPTU.
Porque também é um estímulo para que paguem o IPTU de forma antecipada. Nós
gostaríamos que isso fosse olhado com carinho, com vagar essa sugestão ao
Executivo Municipal, lembrando que, quem paga o IPTU de R$ 1 mil – já é uma
faixa importante –, se o estímulo fosse de 15%, seriam R$ 150. O Município
poderá regulamentar de uma forma gradativa e nós teremos um novo estímulo na
Cidade, Ver. Mauro, para que a gente tenha, de fato, finalmente calçadas bem
cuidadas.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir
o PLCE nº 013/14.
O SR. DR.
THIAGO: Sr. Presidente, nem utilizarei os cinco minutos, eu acho que todas as
discussões de isenções – assim como sempre foi dito quando se trabalhou as
isenções do transporte coletivo – devem ser discutidas institucionalmente! Eu,
realmente, Ver. Nedel, fico bastante preocupado quando dois projetos – o das
isenções e outro que aumenta tarifas – são colocados nesta Casa do dia para a
noite sem a devida discussão. Eu realmente fico muito preocupado; isso me deixa
intranquilo com relação à votação.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, esse
projeto que estamos votando é o projeto que vem todos os anos, o chamado
projeto tributário. Aquelas isenções de multas são para as ocupações que nós
acabamos de votar aqui no projeto anterior. Está escrito ali – V. Exa. tem o
projeto -: para as economias e ocupações. Bom, outra coisa, a emenda das
gráficas vem ano a ano e o Executivo esqueceu de juntá-la ao processo. E aí
mandou a emenda para que o Relator-Geral colocasse a emenda em nome do
Executivo. Entende?
O SR. DR.
THIAGO: Meus Deus, Vereador!
O Sr. João Carlos
Nedel: Sim, o seu Deus é o mesmo que o meu! Eu quero que V. Exa. acredite!
O SR. DR.
THIAGO: Não, eu acredito em V. Exa. Agora, não posso entender que o projeto
tenha chegado na Casa dia 08 de dezembro deste ano e altera, Ver. Bernardino,
uma lei complementar de 07 de dezembro de 1973. A lei é quase mais velha que
eu! Será que não deu tempo ainda de se ter uma resolução definitiva com relação
a essas questões? Será que não deu tempo de fazer isso? Será que precisa fazer,
a todo momento, enjambração nesse tipo de situação? O Ver. Janta nos convida a pensar
sobre esse tipo de situação. Será que sempre tem que fazer enjambração? Será
que sempre têm que vir de 20 a 30 projetos ao final do ano? Será que sempre que
o problema se instala no Paço Municipal esse problema tem que ser transferido
para a Câmara de Vereadores? Falo claramente do projeto da Fazenda neste
momento. Por que não resolveu o projeto das dez categorias lá e transferiu o
problema para a Câmara de Vereadores? É desse contexto que nós estamos falando!
Então, sem dúvida nenhuma, não votarei esse projeto sem o devido
esclarecimento, ponto um.
Ponto dois: peço a intervenção do Executivo, não
transfira o problema para a Câmara, sempre que acontece lá, como tem sido feito
de forma reiterada! Quando nós tivemos o projeto da Fazenda, e claramente neste
projeto, dez categorias envolvidas, não foi discutido o projeto lá, não foi
discutida uma adequação lá, e o problema foi transferido para cá! E nós estamos
aqui fazendo Emendas, e os Vereadores estão aqui batendo cabeça. É isso que tem
acontecido reiteradas vezes: o problema se instala lá e a crise é transferida
para cá; por isso esta é a minha posição.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
discutir o PLCE nº 013/14.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que aqui nos assiste e,
principalmente, público que nos assiste pela TVCâmara, existem algumas
exposições aqui que não condizem com a realidade. Na verdade, este é um projeto
que vem todos os anos, um projeto que já é de praxe da Casa, de praxe do
Governo, eu acho até que tem que mudar, que tem que direcionar de uma outra
forma, mas é um projeto que já é praxe de todos os governos. Então, quando vêm
aqui e dizem que não vai ser discutido, porque é isenção... Este é um projeto,
senhores, que, para cobrar vale mais, gasta-se mais do que vai arrecadar. Esse
é um projeto de administração, e se não fosse claro, transparente, não teria
sido encaminhado para que pudéssemos avaliar e votar. Mas este é um projeto que
vem todos os anos. Então, quando vêm aqui dizer que chega nos 45 minutos do
segundo tempo, isenções que poderiam se colocar em outros lugares... Nós temos
que trabalhar com a realidade, com respeito - que tenho por todos -, mas temos
que trabalhar com a realidade. Se na sua casa você administra e acha que aquele
valor é muito pequeno, que vai dificultar fazer, então não faça. É isso que
quero dizer aos senhores. Do jeito que é colocado aqui, muitas vezes, parece
que estamos lidando, como foi dito
aqui, com isenções para amanhã entrar na campanha. Mas são valores pequenos
para gente que realmente necessita. Aí fica fácil! Eu recebi um torpedo de
alguém que disse: “Olha, a votação desse Vereador – que era eu – tem a ver com
empreiteiras.” Isso aí é viajar! É viagem, senhores! O meu voto não tem a ver
com empreiteira nenhuma. Assim como este projeto não tem a ver com isenção que
venha para amanhã beneficiar. É pequeno o valor, se não pode ser cobrado na execução.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLCE nº 013/14.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, eu me inscrevi até para dar um
aparte ao Ver. Clàudio Janta, depois da reza que o Ver. Delegado Cleiton, meu
querido colega, fez aqui e que inviabilizou o aparte dos colegas, e eu preciso
dar o aparte até para eu ter mais informações a respeito deste projeto.
O Sr. Dr.
Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino,
eu só gostaria de um esclarecimento seu da relação que tem este projeto, ou
essa emenda, com o projeto de V. Exa. com relação ao ISS. Existe alguma
relação? Eu queria que o senhor nos esclarecesse isso.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: V. Exa. está pedindo a este Vereador o impossível.
Em razão da quantidade de projetos, eu não consegui pegar este projeto. A não
ser que eu o pegue agora para analisar.
O Sr. Dr.
Thiago: A informação que eu tenho é de que é parte do seu projeto.
O Sr. Clàudio
Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria
esclarecer para o Ver. Delegado Cleiton que, se eu abro mão de alguma coisa da
minha família, de uma dívida que alguém tem com a minha família, e o meu filho
me pede alguma coisa de Natal e eu digo para ele que eu não tenho dinheiro,
provavelmente ele vai me cobrar isso. “Pô, pai, tu estás beneficiando uma
pessoa que te deve e não tens dinheiro para nos dar o material escolar, o tênis
ou a bola de futebol.” Então, o Governo não diz quem são os credores, o Governo
não diz qual é o montante dessa dívida. Como é que o Governo quer que a gente
vote? O Governo deveria agir com transparência e dizer: os credores são esses,
é tanto o valor da dívida, não vale a pena nós entrarmos... E outra coisa: o
Governo não precisa pagar advogado; ele tem os Procuradores do Município.
Então, por favor, vamos ser mais transparentes na hora de abrir mão do dinheiro
do povo, já que não se tem dinheiro para educação e para saúde.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Nós sabemos que há alguns procedimentos que são
ordinários, os de quatro em quatro anos e os anuais, que tratam do Orçamento do
Município. Eu lhe pergunto: este projeto de lei é ordinário? Ele,
obrigatoriamente, tem que vir todos os finais de ano? O senhor me responda, por
favor.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar,
quero agradecer pela sua gentileza do aparte e conversar com o Ver. Janta e
depois responder à sua questão. O projeto dispensa o envio do processo para
cobrança judicial. Ele não dispensa esforços no sentido de cobrar os débitos;
ele dispensa que a Prefeitura leve o processo para a Justiça. Aliás, esse é um
mecanismo internacional, todos os países, a União, o Estado e o Município agem
dessa maneira, todos os municípios brasileiros. É mais caro ajuizar do que
cobrar.
Com relação à pergunta de V. Exa., o projeto em si
é um projeto ordinário, ele tem validade até a data prevista. A Emenda do Ver.
Nedel, essa sim, sistematicamente, vem sendo ingressada aqui na Câmara,
mantendo 2,5% no valor. Por isso eu acredito que uma...
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Uma pergunta: há necessidade de se trazer todo
santo ano esse assunto que trouxe o Ver. Nedel? Todo final de ano? Ou temos
como resolver isso ad eternum?
O Sr. Airto
Ferronato: Não haveria necessidade, desde que houvesse uma lei dizendo que é 2,5%,
sem prazo. Acontece que o Executivo está mexendo nisso todo ano, mas a Casa,
aos poucos, vai construir uma emenda. Aliás, V. Exa. tem caminhado nesse
sentido.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.
O Sr. Delegado
Cleiton: V. Exa. permite um aparte (Assentimento do orador.) Eu responderia ao
meu filho, e já respondendo para o filho do Ver. Clàudio Janta: “Meu filho, eu
tenho advogado, mas as custas judiciais eu pago e não vale a pena. Vamos
tentar, numa próxima eu vou lhe dar o presente.”
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Cecchim,
o que me preocupa é que dá a impressão de que há um jogo de interesse nas
questões de honorários. Isso eu posso questionar, não tenho certeza, não tenho,
não tenho, não. Estou inseguro. Parece-me que há...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: ...Não quero crer que tenha essa preocupação de reserva de mercado. Por
que quem ganha os honorários hoje, quando o Executivo cobra débito de IPTU?
Quem ganha os honorários? O Ver. Idenir Cecchim terá o aparte se o quiser, até
porque V. Exa. é o autor de um dos melhores projetos desta Casa, e foi
questionada na Justiça comum uma decisão desta Casa.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Provavelmente o
Ver. Bernardino quer saber se esses honorários cobrados pela Procuradoria não
valem a pena quando o valor é pequeno. É isso?
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Exatamente isso. Aí é que paira a dúvida deste
parlamentar, mas evidentemente que fica o chamamento para que não repitam o que
vem sendo feito todo o santo ano, uma avalanche de processos sem condições de
avaliar.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de iniciar o encaminhamento
eu quero saber o seguinte: será encaminhada emenda por emenda?
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Só tem uma emenda destacada, Ver. Pujol, a Emenda
nº 03.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Qual a emenda destacada? A emenda da Ver.ª Sofia?
É a única destacada?
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A emenda da Ver.ª Sofia Cavedon é a única
destacada.
Em votação a Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº
013/14. (Pausa.) O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 03 ao PLCE nº 013/14.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras; concordo com várias falas que
foram feitas dizendo que vêm vários projetos e que é difícil o entendimento de
todos os projetos que vêm no afogadilho do final do ano. Nisso nós damos razão
a todos os Vereadores: a dificuldade de se entender todos os projetos, Ver.
Ferronato, mas este projeto que estamos discutindo é um projeto que é bom para
a Cidade. Eu sou da oposição e vou votar com o Governo. São três partes do
projeto: a primeira, Ver. Airto Ferronato, dispensa multa de obrigação
acessória. Quando se constrói alguma coisa, principalmente nas comunidades, e
não se faz a documentação, a Prefeitura chega lá e é obrigada a multar, mas é
uma multa irrisória. Está se abrindo mão dessa multa. O cidadão pode ir até a
Prefeitura, dizer que construiu e que quer regularizar. Facilita a vida das
pessoas e facilita a regularização desses imóveis, Paulinho. Portanto, é um
projeto bom para a Cidade, e eu sou favorável a ele.
A segunda
parte do projeto, Ver. Cassio, ajusta o critério para que, quando for até 2 mil
UFMs, a Prefeitura não precise ingressar na Justiça. O Município é que vai ver
se há necessidade ou não de ingressar na Justiça, se compensa o Município
ingressar. Muitas vezes, o Município é obrigado a entrar na Justiça porque a
lei o obriga a fazer isso, e o custo disso é maior do que o que vai ser
arrecadado. Portanto, é bom para o Município.
A terceira
parte é boa para o contribuinte, pois retira a obrigação dele de provar o
pagamento do ITBI para o tabelião na hora da regularização da escritura do
imóvel. Hoje, apesar de o tabelião ter acesso pelo sistema de informática, ele
exige que o cidadão leve ao tabelionato o comprovante de que pagou, quando ele
pode entrar no sistema, ver que está tudo certo e passar a escritura. É uma
facilidade para o contribuinte, para o cidadão de Porto Alegre, portanto,
também sou favorável.
Com relação às duas
emendas, uma de autoria do Ver. João Carlos Nedel - quando eu fazia
parte da CEFOR, participei de uma audiência pública com as gráficas que têm um
problema -, ou nós abrimos mão de baixar de 5 para 2,5%, ou abrimos mão dos 5%,
porque, nas cidades vizinhas, Ver. João Carlos Nedel, essa contribuição, esse
imposto é menor. As gráficas, se forem pagar 5% no Município de Porto Alegre,
vão sair daqui e vão para as cidades vizinhas. É melhor abrir mão de 2,5% ou de
5%? Então, a emenda do Ver. João Carlos Nedel é boa para o Município, ela reduz
e coloca em condições de o Município concorrer com as cidades vizinhas.
A emenda construída junto com a Ver.ª Sofia
Cavedon, com o Ver. Clàudio Janta e outros Vereadores é sobre a redução do
IPTU, aumentar a redução do IPTU para quem paga antecipado e faz a manutenção
das suas calçadas. É uma forma de premiar aqueles bons pagadores e aqueles que
mantêm em ordem as suas calçadas. Hoje a acessibilidade de Porto Alegre está
precária. Falaram que é obrigação. É obrigação, mas, no Município, não se
consegue andar em muitas calçadas. Então, é uma forma de incentivar a melhoria
das calçadas. A Prefeitura pode dar até 15%, o que vai significar R$ 100,00, R$
50,00, R$ 150,00 no valor do IPTU. É um valor pequeno, mas que vai incentivar
as pessoas a gastar um, dois, três mil reais para recuperar as suas calçadas.
Portanto, é uma coisa boa para a Cidade, assim como existe o Bom Motorista no
IPVA, que é aquele que não tem multa, que está com seu carro em dia, que paga
todos os anos certinho, antecipado, esse ganha um desconto de até 27%. E o
Município vai fazer a mesma coisa: premiar os bons cidadãos que têm as suas
calçadas em dia. Então, sou favorável às duas emendas e ao projeto. Apesar de
ser da oposição, quero ajudar a construir uma cidade melhor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 013/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; nós temos a tarde inteira e boa parte
da noite, nós tivemos o ano inteiro para votar, então, acho que os colegas não
precisam ter pressa hoje para votar. Tivemos todo o ano legislativo para votar.
Se o Governo tivesse tanta pressa para apresentar os projetos, se fosse tanta a
necessidade para a cidade de Porto Alegre, os projetos teriam entrado antes
nesta Casa.
Eu acho que o Governo está abrindo mão de receita.
Eu volto a afirmar: se uma pessoa me deve, não interessa quanto, se a pessoa me
deve e se eu acho que advogado é caro, eu tenho a Defensoria Pública. O Governo
tem seus Procuradores. Então, o argumento de que seja caro cai por terra, já
que pode juntar os processos todos e entrar com uma ação. Ainda há pouco,
ouvimos dizer que a emenda que dá desconto para quem mantiver em ordem, em dia,
bonitas, acessíveis as suas calçadas está abrindo mão de receita. Uma hora,
abre mão de receita; outra hora, não abre mão de receita; é uma confusão na
cabeça do próprio Governo. Não sabe se abre mão, não sabe se não abre mão, é
uma loucura, como diz o povo na rua. Não sabe o que pensa, não sabe o que faz.
Eu quero dizer para vocês que um Governo que não
tem dinheiro para investir em saúde, em assistência, em educação, um Governo
que – saiu há poucos dias na imprensa – tem uma dívida muito grande – nós vimos
aí as obras não concluídas em várias avenidas de Porto Alegre, várias demandas
do OP que ainda não foram sequer iniciadas, não deste ano ou do ano passado,
nós temos demandas do OP desde 2005 que não foram sequer encaminhadas –, volto
a insistir, vai abrir mão de receita; por dois anos, o Governo vai abrir mão de
receita. E, por coincidência – para o senhor e a senhora que estão em casa nos
ouvindo, isso está sendo transmitido neste horário de almoço –, num período
eleitoral. Queria que os senhores gravassem hoje, uma segunda-feira natalina,
na véspera do Natal, o Governo está dando um presente para o mau pagador, o Governo está dando um presente para
as pessoas que não pagam a taxa de lixo, que acumulam lixo na nossa Cidade; o
Governo está dando um presente para quem não paga o IPTU, presenteando o mau
pagador, presenteando a pessoa que não paga. O Governo não quer entrar na
Justiça, porque diz que não vale a pena, porque o custo é muito alto; o Governo
tem os seus advogados, os seus procuradores e dá esse presente. Marquem bem a
data, dois anos antes das eleições, para quando vermos a declaração de doadores
da campanha, provavelmente veremos alguns dos isentos, alguns dos beneficiados
com esse presente de Natal, doando. Com força, fé e muita disposição, vamos
melhorar a vida do povo de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, a Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 013/14. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 10
votos SIM e 16 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 01, ao PLCE nº 013/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 26 votos SIM e 01 voto NÃO.
Em votação o PLCE nº 013/14. (Pausa.) O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 013/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Volto a insistir, Srs. Vereadores, votei favoravelmente à emenda porque
acho que é justo, e vi que a maioria votou contra porque estamos abrindo mão de
receitas, e estamos prestes a abrir mão novamente de receita. Se a pessoa deve,
tem que pagar. Não interessa quanto, tem que pagar. Eu estou falando isso, e
muitas pessoas devem estar estranhando, porque daqui a pouco tem um que está
devendo e é uma pessoa humilde. Mas humilde não deve, humilde paga em dia suas
contas. Não é à toa que nós temos várias lojas do varejo que só trabalham para
as pessoas humildes, Ver. Cecchim, com crediário em 24 vezes. Pode estar no
Serasa e no SPC. Essas lojas trabalham, e trabalham muito bem, cada vez crescem
mais. Lojas na Rua Voluntários da Pátria, na Rua dos Andradas, na Av. Otávio
Rocha, na Rua Dr. Flores, que fazem questão de trabalhar para as pessoas
humildes das nossas vilas e da nossa Cidade, porque sabem que as pessoas
humildes honram seus compromissos. Agora, os grandes, os abastados tipo Eike
Batista, que deu golpe no BNDES, que deu golpe em vários tributos federais,
talvez, hoje, com a desculpa de beneficiar, de não querer gastar, de não valer
a pena o processo, nós estejamos ocultando pessoas que têm condições de pagar e
não estão pagando, que poderiam pagar a taxa de lixo e que não estão pagando,
que poderiam pagar o seu IPTU e que estão esperando esta votação, com má-fé,
para se beneficiar do dinheiro público, se beneficiar do dinheiro da saúde, da
assistência social, da educação, das obras que não foram concluídas nesta
Cidade.
Então nós encaminhamos votação
contrária a este projeto, que vários disseram que é anualmente, mas este ano
ele será até as eleições; será um projeto que vai beneficiar a véspera das
eleições; será um projeto que não é anual; será um projeto de dois anos, que
vai até depois das eleições de 2016. Nós não nos sentimos confortáveis. Já que
é um projeto que se diz que não vale a pena, que é muito pouco dinheiro, por
que não se fez já um projeto vitalício, dando isenção plena para as pessoas?
Ninguém sabe quem é, ninguém diz quem é, ninguém fala o valor que é, com
exceção do Ver. Márcio Bins Ely, que veio aqui e disse o valor que era. Então,
votaremos contrários a este projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência,
o PLCE nº 013/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM e 02 votos NÃO.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Esta Vereadora, o Ver.
Mauro Pinheiro, o Ver. Marcelo Sgarbossa e o Ver. Engº Comassetto –
Declaração de Voto à Emenda nº 03 – votam favoravelmente e lamentam a não
aprovação da emenda que estimularia os cidadãos e cidadãs de Porto Alegre a
realizarem suas calçadas, fazerem reparos e manutenção, por representar esta
rejeição uma incompreensão do executivo e da maioria dos Vereadores de que esse
problema da manutenção das calçadas é muito grave e do interesse coletivo, não
sendo mais possível deixá-lo à mercê da vontade individual. A acessibilidade às
pessoas com deficiência e baixa mobilidade, o cuidado com nossos idosos e
crianças, dependem de iniciativas como essa. Apenas numa visão arrecadatória,
como a que preside este projeto, é insuficiente para fazer de nossa Cidade um
lugar melhor para se viver. Sofia e Mauro Pinheiro.
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): Obrigado, Vereadora.
O
SR. CLÀUDIO JANTA: Queremos apresentar uma declaração de voto, tanto
do PLCE nº 013/14, quanto da Emenda nº 03. (Procede à entrega de documento.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 13h24min.)
* * * * *